Josmar Jozino

do Agora

Bertioga - Uma simulação do acidente que matou Grazielly Lames, três anos, realizada ontem, constatou, segundo o advogado da família da menina, que o jet ski que atropelou a criança foi pilotado e percorreu um trajeto de 500 metros em ao menos um minuto e cinco segundos.

O adolescente de 13 anos apontado como envolvido no acidente disse, em depoimento à polícia, que não montou nem pilotou a embarcação e que só ligou o jet ski.

O outro menor de 14 anos, que estava com ele, contou a mesma versão ao depor.

Informações extraoficiais da polícia dão conta de que o trajeto foi feito em menos de um minuto.

O engenheiro mecânico e perito judicial Jean Pierre Frederic, contratado pelo advogado da família de Grazielly, José Beraldo, para fazer a simulação particular do acidente, afirmou que, sem um piloto, o jet ski não poderia ter percorrido uma distância de 500 metros desde o ponto de partida, no mar em frente à casa do dono da embarcação, na praia de Guaratuba, em Bertioga (103 km de SP), até a areia, onde estava a criança.

Resposta

O advogado Eduardo Montenegro, 35 anos, um dos defensores da família do adolescente de 13 anos acusado de envolvimento no acidente que matou Grazielly, disse ontem que o menor não pilotou a embarcação e que apenas acionou o botão que liga o equipamento.

"As próprias testemunhas da família da menina disseram que o adolescente não estava pilotando a embarcação. Além disso, um análise preliminar feita pelo Instituto de Criminalística mostra que houve falha mecânica, travamento do acelerador do equipamento", disse o advogado.

Montenegro disse ainda que aguarda o resultado do laudo oficial do IC. Segundo ele, a simulação realizada ontem na praia de Guaratuba não tem validade processual.

"É apenas uma manobra do advogado da família da menina", justificou Montenegro.

O Agora não conseguiu localizar ontem o empresário José Augusto Cardoso Filho, dono do jet ski, nem o advogado dele, Francisco Assis Henrique Neto Rocha.