PMs vão a júri por 15 mortes no Massacre do Carandiru


Josmar Jozino

do Agora
Vinte e seis PMs vão a júri a partir da próxima segunda-feira pelo Massacre do Carandiru.
Eles são acusados de matar 15 dos 111 presos assassinados no Pavilhão 9 da Casa de Detenção, zona norte, em 2 de outubro de 1992.
O julgamento acontece no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste).
Segundo o promotor Fernando Pereira da Silva, o júri deve durar ao menos dez dias, o que o tornaria o mais longo da história do país.
A acusação promete explorar, no júri, o fato de facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), terem sido criadas nos presídios anos após o massacre sob o pretexto de lutar para evitar casos semelhantes.
Para o promotor, é vergonhoso o julgamento ocorrer só agora, mais de 20 anos depois. "Nada justifica essa demora", argumentou.
Resposta
A advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 réus, afirma que provará a inocência deles.
"Vou provar aos sete jurados que meus clientes são inocentes e que quem atirou nos presos agiu em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever."
Segundo ela, não há nos autos prova que indique quem atirou em quem.
Passados mais de 20 anos do massacre, o Instituto de Criminalística não fez a perícia das 390 armas apreendidas com os PMs. Ieda arrolou dez testemunhas de defesa, entre elas o governador na época do massacre, Luiz Antonio Fleuri Filho, e o ex-secretário da Segurança Pública Pedro Franco de Campos.

Postar um comentário

0 Comentários