Secretário dos Transportes critica uso de lobistas para fechar contratos no caso Alstom

Folha de São Paulo

O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, disse nessa sexta-feira (25) que o Estado não pode ser tratado como uma "republiqueta" em que empresas atuam para "comprar pessoas".

"No âmbito da corrupção, vamos atrás dos nossos corruptos, se nós tivermos que ir atrás, vamos e vamos penalizar. Não podemos ser tratados como uma república de 'bananetas', como republiquetas, em que vem aqui se comprar pessoas", afirmou.
Fernandes fazia referência ao uso de lobistas --suspeitos de intermediar o pagamento de propina a funcionários do governo-- pela multinacional francesa Alstom para aproximar a empresa de autoridades e obter contratos com o Metrô e a CPTM, empresa públicas controladas pela secretaria.
O uso de lobistas foi revelado por e-mails trocados por executivos da empresa em 2004, quando o Estado já era governado pelo PSDB.
Fernandes também comentou a entrevista do ex-presidente da Alstom de 2000 a 2006, José Luiz Alquéres, à Folha, em que ele diz que, se um dos sócios da empresa contratada pagou propina, "ele que arque com as consequências perante a Justiça".
"Ele também ficou indignado com essa historia e está cobrando que a Alstom faça a apuração e penalize o que tem de penalizar", disse Fernandes.
O secretário disse ainda que não ter tido "nenhum envolvimento" com Arthur Teixeira --sócio da empresa citada pela Alstom-- e que o governo está em uma "linha de muito rigor" nas investigações.
"Fornecemos todos os contratos, todos os detalhes, o que tiver de fornecer [às investigações]. Não temos nada a esconder", afirmou.

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