Telecom Italia estuda vender TIM por € 9 bi para pagar dívidas, dizem fontes

Venda da operadora é alternativa para reduzir a dívida de € 29 bilhões da matriz, considerada insustentável 


Reuters e Agência Estado
SÃO PAULO - A Telecom Italia estaria considerando vender sua fatia de 67% na operadora de celular brasileira TIM em uma tentativa de reduzir sua alta dívida, afirmou à Reuters uma fonte próxima ao assunto. A operadora italiana, que teve sua nota de crédito rebaixada para patamar especulativo na terça-feira pela agência de risco Moody’s, pretende levantar com a venda ao menos € 9 bilhões (US$ 12 bilhões).
A venda é uma opção analisada pelo novo presidente executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, que deverá apresentar sua estratégia ao Conselho de Administração da empresa em 7 de novembro. Analistas dizem que Patuano precisa encontrar um jeito de reduzir a dívida de quase € 29 bilhões da empresa e retomar sua vacilante operação doméstica de celular.
Nenhum banco recebeu ainda o mandato para realizar a venda, disseram diversas fontes do setor, completando que a operação seria complexa, dada a realidade de mercado brasileiro e as questões regulatórias.
A empresa negou que tenha iniciado um processo de venda. "A Telecom Italia especifica que não há processo formal ou informal em andamento para se desfazer da TIM", informou a companhia, em comunicado, ontem.
No entanto, a espanhola Telefônica, que é a maior acionista da Telecom Italia, deverá apoiar a venda da operação brasileira, disseram as fontes.
Apesar de a controladora da TIM negar as conversas para a venda da operação brasileira, a notícia valorizou os papéis da empresa no pregão de ontem da BM&FBovespa. A TIM que encabeçou as maiores altas do índice, com ganho de 6,7%. O papel teve o quarto maior giro da Bovespa, movimentando R$ 218,294 milhões, equivalente a 3,73% do volume total da bolsa.
Venda fatiada. Ainda é necessário saber se a TIM seria vendida inteira ou se poderia ser fatiada e vendida em partes para seus rivais locais, como a Vivo, da Telefônica, Claro, da América Móvil, e Oi. Reguladores no Brasil não devem permitir que uma das três empresas compre a TIM inteira porque a empresa resultante teria participação grande demais no mercado, mas fontes ligadas ao tema disseram que Telefônica, América Móvil e Oi poderiam fazer uma oferta conjunta e repartir o ativo por regiões.
Tal movimento conjunto seria complexo. O envolvimento da Oi seria dificultado pela fusão com a Portugal Telecom, anunciada na semana passada e prevista para ser concluída em meados de 2014. Além disso, o preço de US$ 12 bilhões embute um prêmio de 50% em relação ao valor de US$ 8 bilhões da fatia da Telecom Italia na TIM.
"A Telecom Italia teria de lançar o processo (de venda), e os possíveis compradores são Telefónica, América Móvil e Oi", disse uma fonte próxima à situação.
Uma fonte do setor bancário disse que a Telefônica e América Móvil já estão "trabalhando ativamente" para dividir a TIM entre as empresas.

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