Falta de pino adia cirurgias de coluna em hospital público

A aposentada Raimunda Ciriaco de Assis, 65 anos

Tatiana Cavalcanti e Jorge Soufen Junior

do Agora
Pacientes com traumatismo na coluna cervical aguardam há mais de um mês por uma cirurgia no Hospital Estadual do Mandaqui (zona norte de São Paulo), onde estão internados.
Eles dizem que os médicos alegam a falta de pinos que são fixados na coluna para estabilizá-la e evitar novas lesões.
Imobilizado há 52 dias, o ajudante em transporte Reinaldo Rodrigues de Souza, 31 anos, sofreu lesões nas vértebras cervicais na altura da nuca após um acidente de carro.
"Já procurei a assistência social para reclamar e disseram que eu deveria aguardar. Apelei à ouvidoria, mas não obtive resposta", afirma.
O paciente diz que a situação o deixou em depressão. "Às vezes grito de desespero, enquanto vejo que a vida passa", conta.
Internada há 32 dias em estado mais grave, a aposentada Raimunda Ciriaco da Cunha de Assis, 65 anos, vive o mesmo drama.
Resposta
Em nome do Hospital Estadual do Mandaqui, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou que os pinos necessários para as cirurgias dos pacientes internados com lesões na coluna não estão disponíveis porque "não são itens de prateleira", ou seja, precisam ser comprados por meio de licitação pública.
Segundo a secretaria, o pregão para a compra do material está marcado para a próxima semana.
"Por se tratar de modelos específicos, as próteses indicadas são adquiridas mediante demanda", diz a nota.
Não havendo nenhum problema no processo, como pedidos para suspender ou paralisar a compra por parte das empresas interessadas, as cirurgias serão agendadas imediatamente após a chegada dos materiais, afirma a secretaria.
Sobre o caso da paciente Raimunda Ciriaco da Cunha de Assis, o hospital afirma que ela já deu entrada na unidade com um quadro de paraplegia e que "em nenhum momento ela ficou sem assistência".
O hospital diz ainda que não procede a informação de falta de materiais básicos, como fralda e lençóis, na unidade.
Segundo o Mandaqui, todos os questionamentos apresentados pelos familiares dos pacientes foram respondidos, pessoalmente, pela ouvidoria e pela equipe de assistência social.

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