Familiares de vítimas tentavam entender dimensão da tragédia

José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

Traumatizados, familiares de vítimas do acidente ocorrido neste domingo na rodovia Raposo Tavares, no qual seis jovens morreram, tentavam entender a dimensão da tragédia. Além da dor, eles compartilham a versão de que todos os envolvidos no atropelamento estavam parados na pista próximos ao ponto de ônibus e que o carro estava em alta velocidade.

Cruzeiro do Sul conversou com as mães de dois adolescentes, Eunice Ferreira e Patrícia Aparecida da Silva. A filha da primeira, Thaís Marins Ferreira, de 16 anos, estava no grupo e chegou a ser atingida. Teve ferimentos nas mãos e pernas e foi dispensada depois de atendida no Hospital Regional. Conforme Eunice, a menina está muito abalada.

"Ela está chocada com tudo o que houve, mas contou que eles não tentaram atravessar a rodovia". Thaís desmaiou e, quando recobrou os sentidos, testemunhou uma cena de horror, de acordo com sua mãe. "Foi muito difícil entender o que se passava", acrescentou Eunice. "A Thaís viu os corpos espalhados pela pista e logo foi socorrida. Graças a Deus está fora de perigo e vai ficar bem".

Patrícia Aparecida Silva conversou com a reportagem depois que seu filho Nicolas Wilian de Souza, também de 16 anos, saiu do centro cirúrgico. O estado do garoto é considerado grave. Bastante emocionada, ela disse que não sabia exatamente as circunstâncias em que o acidente ocorreu. "Estamos numa corrente vibrando para que o Nicolas consiga melhorar. E ele vai ficar bom". 

Eunice e Patrícia disseram que o condutor do carro que atropelou os jovens teria tentado desviar o carro, mas perdeu o controle e que os filhos haviam participado de uma festa numa chácara. Todos aguardavam o horário em que os ônibus voltam a circular para retornar para casa. 

Os detalhes do acidente poderão ser esclarecidos a partir da consulta às imagens captadas pelas câmeras de monitoramento que a Viaoeste mantém instaladas ao longo da estrada. A concessionária informou que 80% do trecho da Raposo Tavares que administra são controlados por esse dispositivo.

Uma campanha lançada na rede social Facebook pede que voluntários doem sangue para atendimento da demanda das vítimas e se dirijam ao Hemonúcleo do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) a partir desta segunda-feira, entre 7h30 e 12h.

Lei regulamenta festas

Outro aspecto a ser considerado nas investigações diz respeito à vigência em Sorocaba, desde 2007, de uma lei que regulamenta a realização de eventos e festas de longa duração, como raves, micaretas, shows e festivais, e similares. Conforme a medida, sancionada a partir de um projeto apresentado na Câmara pelo vereador Marinho Marte (PPS), as festas organizadas dentro desse formato precisam de alvará e devem atender alguns requisitos.

Os organizadores precisam informar o endereço, horário de início e fim, a expectativa de público e laudos que comprovem as condições de segurança das edificações e estruturas, além do auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. O descumprimento das regras pode gerar multa de até R$ 150 mil e interdição do evento. 
 

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