Incêndios dobram em Sorocaba no primeiro semestre

Entre janeiro e junho, o Corpo de Bombeiros registro 768 ocorrências, quatro por dia, em média na cidade


André Moraes

andré.moraes@jcruzeiro.com.br

O 15º Grupamento de Bombeiros de Sorocaba combateu, em média, quatro focos de incêndios na cidade neste ano. De acordo com os dados disponibilizados pela corporação, foram registradas 786 queimadas entre janeiro e junho de 2014 no município, número que é mais do que o dobro do mesmo período do ano passado, quando ocorreram 383 casos desse tipo. O que contribuiu para o aumento nos dados foi uma estiagem atípica, já que mesmo em meses que são esperadas muitas chuvas, como janeiro e fevereiro, elas não vieram, prevalecendo o tempo seco em todo o Estado.

Essa atipicidade se mostra nos números do Corpo de Bombeiros de Sorocaba. Em janeiro deste ano foram combatidos 122 focos de incêndio na cidade, porém no mesmo mês do ano passado foram apenas 10. Em fevereiro foram 219 registros contra 53 no ano passado. Os números de 2012 também são muito mais baixos do que de 2014: foram 20 casos em janeiro e 61 em fevereiro.

O Corpo de Bombeiros costuma sempre divulgar todas as suas ações em seu twitter (@cecom15gb). Levando em conta as publicações somente de atendimentos a queimadas, em um período de sete dias (entre o dia 25 de junho e até às 16h de 02 de julho) foram 42 ocorrências desse tipo em Sorocaba.

Ontem de madrugada os bombeiros foram chamados para combater um incêndio numa loja de veículos na avenida Itavuvu. Há suspeitas de que a ação teria sido praticada por vândalos. Todos os cinco automóveis que estavam no local foram destruídos pelo fogo. Já no último sábado, cerca de 50 carros também foram destruídos no pátio da empresa de guincho Fast Help, localizado na avenida Juvenal de Campos. As chamas se iniciaram em um terreno vizinho e os bombeiros levaram duas horas para contê-las.


Áreas verdes


De acordo com os bombeiros, a maioria dos chamados realizados neste ano para combate de incêndio foi para atendimentos em grandes áreas verdes e em terrenos baldios. São locais onde geralmente as pessoas ateiam fogo para queimar o mato alto ou objetos descartados. Os bairros que mais registraram queimadas foram Aparecidinha, Éden, Cajuru, Vitória Régia e Wanel Ville.

Os moradores do Wanel Ville percebem essa frequência de ocorrências de incêndios no local. A dona de casa Márcia Cabral da Silva, 49 anos, revela que quase todos os dias ocorrem queimadas no bairro. Segundo ela, ultimamente essa situação cessou um pouco. "Como não está chovendo muito, fica muito ruim de respirar", diz. Márcia ainda relata que geralmente as queimadas ocorriam em uma grande área verde, próxima ao Cemitério Santo Antônio. "Antes, quase todos os dias perto das 16h tinha fogo lá", afirma.

O aposentado Mauro Giaconia, 74, mora perto da área citada por Márcia e diz já ter visto as queimadas no local. "Perto da minha casa tacaram fogo esses dias, mas a gente mesmo conseguiu apagar", conta.

A dona de casa Thaís Gleiciane Silva, 26, também percebia que quase diariamente havia fumaça e fuligem no ar do bairro Wanel Ville, algo que ela critica. "Isso atrapalha muito nossa saúde", argumenta ela, que possui dois filhos pequenos, que acabavam tendo problemas respiratórios por conta das queimadas. "Além disso, as roupas no varal ficavam com um odor horrível", complementa. A aposentada Maria do Carmo Filoco, 79, reclama da sujeira que fica em sua casa. "O quintal fica sempre cheio daquelas coisinhas pretas", relata.

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