Bastidores: Ordem interna no PT é 'bombar' plano de política industrial

O discurso feito nesta quarta-feira, 3, por Dilma Rousseff, em Belo Horizonte, reflete a pressão sofrida pela presidente,...



O discurso feito nesta quarta-feira, 3, por Dilma Rousseff, em Belo Horizonte, reflete a pressão sofrida pela presidente, no núcleo da campanha, para anunciar compromissos com uma nova política econômica e industrial. Com a estratégia, Dilma seguiu o conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem ela precisa se aproximar o mais rápido possível do empresariado e encarnar o desejo de mudança, se quiser vencer a eleição. 
Foi a primeira vez que a candidata admitiu problemas na economia e sinalizou para mudanças “na equipe e nas políticas de governo”, caso seja reeleita. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse que, em eventual segundo mandato de Dilma, será possível levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, e até mesmo reduzir a atual banda de flutuação, mas Lula e coordenadores da campanha querem que ela própria assuma os compromissos. 
Nos próximos dias, a campanha de Dilma começará a anunciar propostas para setores específicos, como meio ambiente, indústria e transporte. A ordem é “bombar” o programa de política industrial, até mesmo para fazer um contraponto ao que foi anunciado por Marina Silva, a candidata do PSB que desafia a reeleição de Dilma.
Depois de dizer que o programa de Marina “reduz a pó” a política industrial, a presidente prepara uma divulgação em grande estilo de suas ideias para essa seara. Além disso, ainda não está descartada a edição repaginada de algo no estilo da Carta ao Povo Brasileiro, documento com o qual Lula acalmou investidores, na eleição de 2002, prometendo respeitar contratos e manter os pilares da estabilidade econômica. Tudo dependerá do cenário da disputa e das pesquisas qualitativas, que medem o humor do eleitorado, feitas pelo marqueteiro João Santana. 

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