Jornalista de TV cobria manifestação em Itu quando foi alvejado na perna.
Protesto reuniu cerca de 2 mil pessoas contra a falta d'água na cidade.
Um jornalista de 49 anos foi atingido por uma bala de borracha na perna durante um protesto realizado na tarde desta segunda-feira (22), em Itu (SP). O momento do tiro foi registrado pelo cinegrafista Rogério Emílio, parceiro de Eduardo Gudun, que estava cobrindo a manifestação que reuniu cerca de 2 mil pessoas contra a falta d'água na cidade. O vídeo foi enviado pela plataforma colaborativa VC no G1.
Durante o protesto, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada para conter a manifestação, já que o clima ficou tenso. Os manifestantes foram até a frente da Câmara Municipal para reivindicar melhorias no abastecimento de água. Algumas pessoas atiraram ovos e apedrejaram o prédio. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar a manifestação e os atos de vandalismo.
Em entrevista ao G1, o repórter Eduardo conta que cobria a manifestação para a emissora de TV local quando foi alvejado na perna esquerda. “Estava um quebra-quebra total e parecia uma praça de guerra. Os manifestantes tentavam invadir a Câmara e chegaram a entrar no diretório, foi aí que a Tropa de Choque começou a agir com as bombas e as balas de borracha. Já tinha participado de algumas manifestações, mas nunca tinha visto nada parecido em Itu”, afirmou o profissional da TV Cidade.
Além do jornalista, o carro de reportagem de outra emissora de televisão também foi apedrejado. Após o impacto, Eduardo ficou com hematomas na perna, porém sem gravidade. “Felizmente a perna só ficou vermelha e inchada, mas dói bastante. Por sorte não atingiu meu olho”, diz. O cinegrafista não ficou ferido. O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
Em nota, a prefeitura de Itu lamentou as atitudes de depredação e vandalismo. Segundo a prefeitura, nenhum ofício do protesto desta segunda-feira foi protocolado. O poder executivo afirma ainda que tem tomado todas as medidas possíveis para enfrentar a falta de água na cidade, como obras de estação de tratamento de água e esgoto e requisição de água em propriedades particulares.
Falta d'água em Itu
Sem fortes chuvas desde fevereiro deste ano, os reservatórios de Itu estão secando. A consequência da estiagem fez a concessionária responsável pelo abastecimento da cidade ampliar o racionamento de água. Em um dos reservatórios que abastece a cidade está com menos 2% de água.
Sem fortes chuvas desde fevereiro deste ano, os reservatórios de Itu estão secando. A consequência da estiagem fez a concessionária responsável pelo abastecimento da cidade ampliar o racionamento de água. Em um dos reservatórios que abastece a cidade está com menos 2% de água.
Desde fevereiro, a cidade enfrenta o rodízio no abastecimento e muitos moradores reclamam que a medida emergencial não tem dado resultado. Na maior parte dos bairros, famílias ficam até semanas com as torneiras secas.O reservatório São Miguel abastece o distrito de Pirapitingui. Com o nível abaixo do esperado, a região que antes não precisava passar pelo racionamento, agora vai receber água em dias alternados. Já outro local que abastece mais de 50% da cidade de Itu também está seco. Com isso, os moradores receberão água a cada dois dias.
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