Vargas diz que fez cirurgia, e Câmara adia votação da cassação para início de dezembro

Deputado enviou solicitação de licença médica à Secretaria Geral pedindo adiamento da votação.

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), adiou para a primeira semana de dezembro a votação do pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas (sem partido-PR) no plenário da Casa. Segundo Henrique Alves, Vargas pediu licença médica à Câmara para se recuperar de cirurgia na boca que teria feito na terça-feira. O pedido de Vargas acontece na semana anterior à data marcada para a votação da cassação de seu mandato em plenário. Com o adiamento, o processo deve ir à pauta nos dias 3 ou 4 de dezembro.
- Ele ligou, disse que foi cirurgiado e pediu prazo para se recuperar. Irá apresentar atestado médico. Dei o limite de uma semana para que ele possa comparecer e se defender em plenário. Uma semana a mais, uma semana a menos, com esse fundamento e o atestado médico - disse Henrique Alves, afastando a possibilidade de a cassação não ser votada até o final dos trabalhos deste ano:
- Não há o risco. Vamos cumprir o regimento. Daremos uma semana apenas, o prazo para a contagem das duas sessões ordinárias exigidas pelo regimento.
Vargas corre contra o tempo para tentar evitar a cassação de seu mandato na Câmara. Depois que o Conselho de Ética aprovou a cassação, por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, Vargas recorreu à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Contou com a ajuda de colegas do PT, ao qual era filiado até o surgimento do escândalo, para adiar por seis vezes a votação na CCJ, mas acabou vendo seu recurso ser rejeitado pela comissão na semana passada.
Nesta quarta-feira, o processo foi publicado no Diário Oficial da Câmara e, pelo prazo regimental, o presidente da Casa teria duas sessões ordinárias para incluir a votação na pauta do plenário. O voto é aberto e para que Vargas seja cassado são necessários pelo menos 257 votos a favor. O advogado de Vargas, Michel Saliba, disse que ainda avalia a possibilidade de judicializar o processo contra Vargas, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal contra a condução do processo no Conselho de Ética.

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