- 09/12/2014 05h52
- Londres
Da Agência Lusa
A Anistia Internacional (AI) denunciou hoje (9) o aumento da violência contra ativistas de direitos humanos na América Latina e exigiu dos governos que tomem medidas para garantir a sua proteção.
No relatório Defender os Direitos Humanos nas Américas: Necessário, Legítimo e Perigoso, a organização registra ataques, repressão e intimidação dos ativistas, "que são constantemente perseguidos e atacados em represália ao seu trabalho", segundo a diretora da AI para o Continente Americano, Erika Guevara.
"Em vários países temos visto um aumento preocupante e vergonhoso da violência e repressão pelo mero ato de defender os direitos humanos e a justiça", declarou Guevara.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) citados pela AI, a Colômbia é um dos países com o índice mais alto de homicídios, com 40 mortos nos primeiros nove meses deste ano. Entre setembro e outubro, uma centena de ativistas foi ameaçada por grupos paramilitares.
Participantes de campanhas, advogados, jornalistas, líderes de comunidades e sindicalistas são objeto de agressões em sua luta para defender os direitos e denunciar as injustiças, diz a Anistia, que pede aos chefes de governo da América Latina e do Caribe que "façam mais para proteger e apoiar os defensores dos direitos humanos".A pesquisadora da Anistia Internacional Nancy Tapias Torrado observou que muitos desses homicídios poderiam ter sido evitados "se as autoridades tivessem tratado de forma adequada as denúncias e investigado as ameaças e os atos de intimidação de que essas pessoas foram vítimas".
O relatório documenta casos de violência contra pessoas que defendem o direito a recursos naturais, os direitos das mulheres, dos homossexuais, das lésbicas, dos transexuais e bissexuais, os direitos dos imigrantes e dos trabalhadores.
O estudo abrange a Argentina, Bolívia, o Brasil, a Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, a Guatemala, o Haiti, Honduras, a Jamaica, o México, a Nicarágua, o Panamá, Paraguai, Peru, a República Dominicana e Venezuela.
Em Honduras, a AI lembra o assassinato, em 27 de agosto, de Margarita Murillo, que dedicou mais de 40 anos à defesa dos direitos dos camponeses.
Em El Salvador, a organização denuncia a frequente intimidação às atividades de defesa dos direitos da mulher e ao aborto, enquanto no Caribe há clara perseguição aos defensores dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais.
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