Léo Arcoverde

do Agora

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) fechou 4.532 vagas de creches, o equivalente a seis por dia, em média, por causa de fraudes cometidas por ONGs que administravam essas unidades por meio de convênio com a prefeitura.

É o que apontam dados enviados pela Secretaria Municipal da Educação ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no início deste mês, a que o Agora teve acesso.

Em novembro, a fila da creche na capital bateu recorde, ao atingir a marca de 187.535 crianças.

Esse é o maior número desde o início da série histórica, em 2007.

Esses dados foram anexados no último dia 4 ao processo por meio do qual a Justiça determina que a prefeitura disponibilize, até 2016, 105 mil novas vagas a crianças de até três anos na capital.

Impõe ainda a criação de outros 45 mil postos para alunos da pré-escola.

Resposta

A Secretaria Municipal da Educação disse em nota que descredenciou, desde o ano passado, 74 ONGs que administravam creches "para não colocar em risco a integridade educacional das crianças".

Segundo a secretaria, o rompimento das parcerias com essas entidades se deu após a identificação de problemas, como "a falta de prestação de contas ou irregularidades na documentação exigida em portaria específica".

De acordo com a pasta, as creches municipais "têm supervisão contínua no intuito de garantir o melhor atendimento".

Ainda segundo a secretaria, 30.363 vagas de creches foram criadas pela atual gestão até hoje.

Foram entregues até agora 30 unidades e outras 17 estão em construção, conforme a pasta.

Para atender ao grande número de crianças na fila, a secretaria diz manter o plano de obras que prevê, ao todo, a construção de 243 creches na cidade, sendo 172 delas construídas por meio de parceria com o MEC (Ministério da Educação).

A pasta informou ainda que o menino Murilo Alves de Oliveira Santos foi encaminhado para a matrícula e que Thyfani Luana Serafim da Silva aguarda o surgimento de uma vaga.