Suspeito de homicídio e estupro é enterrado vivo na Bolívia

As autoridades bolivianas e organismos internacionais, entre eles a ONU, mostraram sua preocupação com estes atos que a polícia não consegue frear.
Moradores de uma comunidade do departamento de Potosí, na Bolívia, enterraram vivo um homem de 31 anos por considerá-lo o autor do estupro e assassinato de uma mulher.
A execução aconteceu ontem no município de San Pedro de Buena Vista, onde um grupo de moradores, aparentemente em estado de embriaguez, enterrou vivo o homem identificado como Samuel T., segundo informou nesta quarta-feira uma fonte da procuradoria citada pela rádio 'Erbol'.
O falecido era acusado do estupro e assassinato de uma mulher de 28 anos pertencente a uma comunidade dessa região de Potosí no último dia 10 de novembro.
Os moradores da comunidade, segundo a mesma rádio, investigaram o crime e conseguiram encontrar e capturar o suposto autor do crime, que tinha fugido para outro departamento do país.
Os linchamentos de supostos delinquentes na Bolívia ocorrem com frequência e, segundo advertiram analistas e juristas, mostram que no país rege uma pena de morte de fato aplicada por multidões.
Os 'justiceiros' sempre argumentam que aplicam a chamada justiça comunitária indígena, reconhecida na Constituição da Bolívia desde 2009, mas que não estabelece nem ampara a pena de morte nem os castigos físicos.
As autoridades bolivianas e organismos internacionais, entre eles a ONU, mostraram sua preocupação com estes atos que a polícia não consegue frear, já que muitos acontecem em zonas rurais nas quais quase não há agentes que possam enfrentar às multidões furiosas.
Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, na Bolívia ocorrem entre 10 e 20 casos de linchamentos consumados a cada ano e um número maior de tentativas.

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