Ameaças por conta de discussão política fazem cantor registrar B.O.

O que parecia ser um exercício de liberdade de expressão, por meio da rede social Facebook, terminou como caso de polícia. Isso porque divergências políticas quanto ao governo federal, fizeram com que o músico Dalízio Sibellino Moura, 45 anos, mais conhecido como cover do Elvis Presley, se sentisse ameaçado por um internauta, que teria se apresentado como simpatizante de um partido político, e o teria ameaçado, afirmando que irá em sua casa tirar satisfações.

De acordo com Dalízio, tudo começou sábado, na véspera do ato denominado "Sorocaba pede Impeachment", quando divulgou que participaria da manifestação e comentou a postagem de um músico de blues, que se posiciona a favor do governo de Dilma Rousseff. O referido músico se manifestou chamando-o de esquizofrênico, porém, sem que ambos se tratassem pelos nomes, e o assunto teria terminado ali. Mas, para sua surpresa, um internauta, que ele afirma desconhecer, começou a destratá-lo na rede social.

Preocupado não com as ofensas - pois entende que o espaço na rede social está aberto exatamente para as pessoas se manifestarem- mas com as ameaças proferidas, é que o cantor resolveu recorrer à polícia, registrando um boletim de ocorrência terça-feira à noite no Plantão Norte, sobre difamação, injúria, ameaça e perturbação da tranquilidade.

Embora já tenha bloqueado o internauta em sua página do Facebook, Dalízio Moura teve a precaução de salvar os comentários e imprimi-los para posterior comprovação. Dentre os comentários do internauta, o mais preocupante, segundo o cantor, é o de que ele convoca pessoas para irem até a casa do músico, onde também funciona o fã-clube do Elvis Presley, tirar satisfações: "...Sexta podemos conversar no seu muquifo. Vendedor de coxinha babaca. Até sexta....E vamos ver quantos homens estarão lá."

O cover do Elvis Presley disse não temer pessoalmente as ameaças, mas que se preocupa em relação ao público que frequenta o fã-clube do rei do rock e assiste aos seus shows. A seu ver isso pode afastar as pessoas de lá, mas ele aproveitou para avisar que para amanhã a agenda está vazia, ou seja, não haverá show.

Orientado no plantão policial, o músico foi ontem no 1º Distrito Policial e conversou com o delegado titular da unidade, Sílvio Marques Vincentim, que disse que irá investigar a autoria das ofensas.

Dalízio Moura, que nos anos 90 morou na Itália, disse ter suas ideologias e convicções políticas, e que não vê nada de errado em expor suas opiniões por se tratar de uma pessoa pública. Ele afirma porém que não quer o impeachment da presidente Dilma, mas que foi às ruas para pedir moralização de seu governo.