Criminoso pode ser morador das redondezas

DE SÃO PAULO

Moradores da periferia reclamam que os ladrões que atuam nessas regiões são, muitas vezes, pessoas das redondezas ou de bairros próximos. Antigamente, afirmam, o criminoso era um estranho.
Esse tipo de crime, que antes não ocorria com tanta frequência nas periferia, na visão dos moradores, gera um ciclo de violência -por exemplo, quando jovens suspeitos são mortos por PMs e, em represália, ônibus são incendiados.
O filho de 17 anos do jornalista Rogério Paulino teve o celular roubado enquanto voltava da escola em São Mateus (zona leste). "Isso foi numa sexta. Três dias depois, encontramos os assaltantes numa feira perto de casa. É capaz de a gente conhecer os pais desses jovens, que estudam e se vestem bem."
Para o especialista em segurança Guaracy Mingardi, ladrões que roubam perto de onde vivem são pouco experientes e, comumente, viciados em drogas.
A promotora de eventos Joyce Cardoso, moradora da Cohab Brigadeiro Faria Lima, na região do Grajaú (zona sul), concorda.
"Antigamente, o pessoal que 'cuidava' do bairro não deixava acontecer. Só que uns morreram, outros envelheceram, e os mais novos só usam droga", diz.
REFORÇO POLICIAL
A Secretaria da Segurança afirmou que, em janeiro, intensificou o policiamento nas regiões com mais crimes, incluindo a periferia. Segundo a pasta, naquele mês, os roubos caíram 1,7% na capital -após 19 meses seguidos de alta.
Dos DPs nos dez bairros mais pobres, houve queda, em janeiro, no 44º DP, que cobre a área do Lajeado (-1,5%) e no 55º DP (São Rafael), com -19,7%. No 101º DP (Jd. das Imbuias/Grajaú), o total ficou estável. 

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