Ferguson divulga e-mails racistas de ex-funcionários

Homeme é detido durante protesto em frente à sede da polícia de Ferguson, em novembro do ano passado.
Autoridades da cidade onde jovem negro foi morto por policial branco em 2014 liberam mensagens trocadas entre ex-oficial de Justiça e ex-policiais. Numa delas, presidente dos EUA, Barack Obama, é comparado a um macaco.
Autoridades da cidade de Ferguson, no estado americano do Missouri, divulgaram o conteúdo completo de e-mails racistas e religiosamente insensíveis enviados entre ex-oficial de Justiça da cidade e dois ex-supervisores policiais. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está entre os alvos nas mensagens.
Os e-mails foram enviados entre 2008 e 2011 e estavam entre as provas apresentadas pelo Departamento de Justiça em seu relatório que concluiu que racismo era "perversamente corriqueiro" no Departamento de Polícia de Ferguson e no sistema judicial do município.
O relatório, apresentado em março, encerrou uma investigação de meses de duração sobre o tiroteio que matou Michael Brown, de 18 anos. O adolescente negro desarmado foi baleado pelo policial branco Darren Wilson, em agosto do ano passado. O incidente provocou meses de agitação e protestos por todo o país.
Os e-mails foram liberados pelas autoridades para o jornal americano Washington Post na quinta-feira, em sequência a uma solicitação por registros públicos. As versões não editadas mostram que a maior parte dos e-mails foram trocados entre a ex-funcionária do tribunal Mary Ann Twitty, o ex-capitão da polícia de Ferguson, Rick Henke, e o ex-sargento William Mudd. Twitty, que chegou a comparar beneficiários negros a previdência social com cães vira-latas, foi demitida. Os dois policiais pediram demissão.
O conteúdo da correspondência também focou Barack Obama. Em um deles, a ex-oficial de Justiça enviou uma foto que mostra o ex-presidente Ronald Reagen alimentando um chimpanzé, comparando o animal com Obama. Outra mensagem dizia que o atual presidente dos EUA não ficaria por muito tempo no cargo, porque "qual homem negro mantém um emprego seguro por quatro anos?".
Vários e-mails também zombaram do islã. Um, por exemplo, continha uma piada aonde um homem vai a uma "loja muçulmana de roupas" e é expulso do estabelecimento depois pedir para olhar alguns "bomber jackets" (nome dado nos EUA para casacos do estilo aviador).

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