Presidente da Câmara é malhado como Judas

FORTALEZA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi malhado como Judas, em cortejo que o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Ceará (Sindsaúde) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizaram na manhã desta quinta-feira, 2, em Fortaleza. "Escolhemos o Eduardo Cunha, porque ele representa o que há de mais atrasado na política brasileira", disse Marta Brandão, presidente do Sindsaúde.
Cortejo foi organizado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil Cristhyanna Abreu/Divulgação
Malhação do Judas: Cortejo foi organizado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil© Fornecido por Estadão Cortejo foi organizado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
O grupo, formado por 300 pessoas, partiu da Praça da Lagoinha e andou por quase um quilômetro até a Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, onde foi lido o seguinte  "testamento" do boneco que simbolizava o presidente da Câmara: "Tendo por alvo os direitos dos nossos trabalhadores, vamos fazendo os ajustes nesse planalto de dores, cercado de chantagistas, vilões e achacadores, relembrando a Via Crucis, que estremece a Nação, expondo o trabalhador à constante humilhação com restrição de direitos e à terceirização".
Boneco representa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha Cristhyanna Abreu/Divulgação
Malhação do Judas: Boneco representa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha© Fornecido por Estadão Boneco representa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
O  sindicalista Aguinaldo Aguiar informou que a ideia do cortejo foi relembrar a Via Crucis do trabalhador brasileiro e mostrar que, "com um Congresso mais conservador, os desafios são ainda maiores para a classe trabalhadora". Segundo o sindicalista, o nome de Eduardo Cunha foi escolhido para Judas, porque ele pautou para este mês de abril o Projeto de Lei (PL) 4330, que expande a terceirização. Os trabalhadores se queixam de não ter havido, até o momento, qualquer tipo de negociação com as centrais sindicais.
Na opinião de Aguinaldo Aguiar, o PL vai "liberar geral" a terceirização e deixar o serviço público no Brasil em uma situação ainda mais difícil. "Pelo clima do Congresso, mais especificamente na Câmara, onde a bancada empresarial tem 221 representantes contra 51 da bancada sindical, se não houver uma articulação nacional, rápida e permanente, o PL 4.330, será aprovado sem nenhum problema. Cabe aos sindicatos agora mobilizarem os trabalhadores em defesa da democracia", avaliou o sindicalista.

Postar um comentário

0 Comentários