AFONSO BENITES
ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA
DE SÃO PAULO
ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA
DE SÃO PAULO
A Secretaria de Estado da Saúde
decretou nesta quinta-feira intervenção no CHS (Conjunto Hospitalar de
Sorocaba). Uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil prendeu hoje
12 pessoas suspeitas de desviarem recursos públicos da área de saúde e
fraudarem licitações do hospital, uma entidade de Sorocaba (99 km de SP),
vinculada ao governo estadual.
Entre os detidos, estão médicos
suspeitos de receber por plantões que jamais fizeram nesse hospital. Conforme a
investigação, ao invés de darem plantão no CHS, os profissionais trabalhavam em
outros dez hospitais de São Paulo e Itapevi.
Os médicos são suspeitos de receber
cerca de R$ 15 mil por mês sem trabalhar. O desvio em três anos chega a R$ 1,8
milhão, conforme a Promotoria.
As investigações também apuram a
existência de funcionários fantasmas e a prática de falsificações e
estelionato.
O ex-diretor do CHS, Ricardo José
Salim, e o atual, Heitor Consani, são apontados pelos investigadores como os
responsáveis por coordenar o esquema de desvio de verbas públicas.
A dentista Tania Maris de Paiva é
considerada foragida. Depois de prestarem depoimento hoje à tarde, os médicos
Kléber Castilho e Antonio Carlos Nasi foram liberados, porque, segundo a
Promotoria, eles esclareceram as dúvidas sobre suas participações nas fraudes.
Todos os outros suspeitos, incluindo os
supostos líderes do grupo, continuavam presos até as 19h30. São eles: Célia
Chaib Arbage Romani, Marcia Regina Leite Ramos, Tânia Aparecida Lopes, Tarley
Eloy Pessoa De Barros, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado
Salim, Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite.
A secretaria informou que um
interventor será nomeado nos próximos dias para garantir a assistência médica
prestada pelo CHS aos 48 municípios da região.
OUTRO LADO
Os advogados do preso que estiveram na
delegacia do Grupo Antissequestro de Sorocaba reclamaram que não tiveram acesso
ao inquérito que investiga os envolvidos.
Em seus depoimentos à polícia e ao
Ministério Público, todos negaram participar das fraudes.
A Secretaria de Estado da Saúde
informou que, em outubro de 2010, foi acionada pela Promotoria devido a
denúncias de irregularidades no CHS. E que, desde então, está contribuindo com
o Ministério Público.
Nas investigações, iniciadas
imediatamente após o recebimento da denúncia, a Corregedoria Geral de
Administração constatou irregularidades cometidas por servidores do hospital e,
logo após a apuração, encaminhou todas as informações à Promotoria para as
devidas providências judiciais e penais.
"A Secretaria já instaurou
processos administrativos para a possível aplicação de sanções funcionais e
continuará à disposição da Promotoria, bem como da Polícia de São Paulo, para
colaborar com todas as informações que se façam necessárias para a apuração dos
fatos", informou por meio de nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário