Empresa teve de desembolsar R$ 25,7 milhões para compensar consumidores que ficaram sem luz em 2010; Celpa lidera ranking
Renato Andrade e Karla Mendes - O Estado de S.Paulo
A Eletropaulo foi a quarta distribuidora de energia que mais pagou compensações a seus clientes no ano passado. A empresa, que atende a Região Metropolitana de São Paulo, teve que desembolsar R$ 25,7 milhões para compensar consumidores que ficaram sem luz. No geral, as interrupções no fornecimento de energia e demora no restabelecimento dos serviços custaram R$ 360,2 milhões para 61 concessionárias que operam no Brasil.
O ressarcimento aos consumidores pelos descumprimentos dos indicadores de qualidade passou a vigorar no ano passado. Até então, as empresas que registravam números excessivos de apagões ou demora na retomada do sistema pagavam uma multa para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável pela fiscalização do setor.
Por concentrar o maior número de consumidores, o Sudeste foi o campeão em compensações pagas. No ano passado, foram quase 36 milhões de pagamentos, distribuídos entre as 22 distribuidoras que atuam na região. Somente a Eletropaulo, que atende cerca de 6,1 milhões de unidades espalhadas na capital paulista e em outras 24 cidades do entorno, pagou 7,8 milhões de compensações. A mineira Cemig, a maior distribuidora do País em número de unidades atendidas, desembolsou R$ 20,7 milhões para quitar 11,1 milhões de compensações registradas ao longo do ano passado. A empresa atende 7 milhões de casas, empresas e indústrias. A empresa aparece na quinta posição entre as que mais pagaram compensações em 2010.
Líder. Apesar da menor concentração de consumidores, a região Norte desbancou o Sudeste no ano passado em termos de valores pagos em compensações por falhas no sistema elétrica. As seis empresas que operam na região responderam por 27,5% de tudo o que foi pago no Brasil. A Celpa, empresa do grupo Rede Energia que atende o Pará, gastou R$ 82 milhões para seus consumidores. A empresa, que lidera o ranking de pagadoras de compensações, atende 1,7 milhão de unidades consumidoras de eletricidade, em 143 municípios paraenses.
No Nordeste, a Coelba, empresa do grupo Neoenergia que opera na Bahia, arcou com R$ 25,9 milhões em compensações, garantindo assim a terceira posição na lista nacional. Juntas, as 11 distribuidoras que operam na região tiveram que sacar dos cofres R$ 114,5 milhões, praticamente um terço das indenizações do País.
Piora. O diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, admitiu na quarta-feira que houve piora no índice que mede a duração da falta de energia para os consumidores da Eletropaulo. Os dados do órgão regulador mostram que em 2010, os clientes da concessionária ficaram, em média, 10 horas e 36 minutos sem luz. Quatro anos antes, a média de tempo sem energia elétrica na Região Metropolitana de São Paulo foi de 7 horas e 52 minutos.
Mesmo reconhecendo os problemas, Hübner deixou claro que a Aneel não vai intervir na empresa como solicitado pelo Procon paulista. Na avaliação do dirigente da agência, se a Aneel tivesse que tomar essa providência em função dos indicadores de qualidade, metade das distribuidoras do País, que estão em situação pior que a Eletropaulo, teriam que sofrer intervenção.
Apenas este ano, os consumidores atendidos pela Eletropaulo enfrentaram dois apagões. Um deles em fevereiro por conta de falha em uma subestação; o outro foi registrado no último dia 7, por causa de um vendaval.
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