A bancada do PT na Câmara Municipal quer criar a “CPI do PSD” para investigar o suposto uso da estrutura e de servidores da Prefeitura para a criação do novo partido do prefeito Gilberto Kassab. A oposição já coletou as 19 assinaturas necessárias e vai levar o pedido a plenário. Para tentar impedir a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito, Kassab teve de acionar sua base governista, que é maioria na casa – o prefeito chegou a ameaçar com cancelamento de emendas e perda de cargos os vereadores da base que assinarem o pedido.
A articulação pela CPI foi organizada pelo presidente do diretório municipal do PT, Antonio Donato, com o apoio da bancada do PR. A oposição se baseou em matérias veiculadas pelo Jornal da Tarde e Folha de S. Paulo nos últimos dias, que mostraram funcionários comissionados da Prefeitura coletando assinaturas para a criação do PSD e que a própria estrutura da administração era usada para isso. O novo partido precisa de 482 mil assinaturas para ser criado, segundo a lei eleitoral.
Donato tinha, até o início da noite, as 19 assinaturas necessárias para levar o pedido de abertura da CPI para votação em plenário. “Vou protocolar o pedido na terça-feira, quando ocorre a nova sessão. Até lá com certeza teremos mais de 20 votos”, afirmou. Para ser aberta, a comissão precisa do apoio de 28 dos 55 vereadores. A oposição ao prefeito, porém, tem hoje no máximo 17 vereadores nas votações de projetos do governo.
Para o líder de governo, Roberto Trípoli (PV), não existe motivo para a abertura de uma CPI política. “Essa é uma questão partidária, uma discussão de partido. É uma questão política que com certeza não é motivo para CPI. É uma questão resolvida, que o prefeito já explicou”, disse o líder, que negou qualquer ameaça de perda de cargo ou de emendas entre vereadores da base. “Isso é uma bobagem. Cargos só existiam na época da gestão do PT, que agora quer antecipar as eleições de 2012. Essa CPI não será aberta”, acrescentou.
‘É inadmissível’Em relação às denúncias, Kassab reafirmou ontem, em evento na Prefeitura, que não pediu a coleta de assinaturas dentro dos órgãos do governo e afirmou que os envolvidos nas últimas denúncias precisam ser punidos. “Evidente que não apoiamos isso. Se existem irregularidades, elas deverão ser punidas para que sejam ações exemplares de um partido que quer ser diferente. Agradecemos a imprensa por ter descoberto, é inadmissível”, disse. “O chefe de gabinete (da Subprefeitura da Freguesia do Ó, que colheu assinatura durante expediente) já pediu demissão e a menina que escreveu o e-mail fez isso fora do expediente”, completou
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