O Ser – Rosa


    do jornal da estância                                                              

                                                                                                                  
 Vivemos tempos atribulados, dias de rotinas fatigantes, com os relógios e toda a “digitalização” a acelerar-nos, consideravelmente, os ritmos físico, biológico, neurológico, emocional, enfim, a pôr-nos estressados e estressantes, cansados e consumidos, atribulados...
Iniciamos o dia correndo, agitamo-nos mente e corpo todo tempo, quase pretendemos voar às velocidades da luz e do som para poder dar conta de tudo, acabando por “morrer na praia”, fragilizados e insatisfeitos, não raras vezes, inclusive conosco mesmos.... Chegamos ao ponto de questionar a duração do dia: 24 horas já não nos são suficientes!... Onde, realmente queremos chegar?!
Provocamos com isso, um bombardeio catastrófico na circulação de nosso sangue, requerendo um esforço medonho de vários órgãos e, tão forte pode ser tal impacto, que o já combalido organismo não o suporta, somatizando infartos, A.V.C.s ou similares....Em outras ocasiões e circunstâncias, até naquelas horas de folga, ainda estamos tão automáticos feito máquinas que agimos iguais às máquinas, pensamo-nos máquinas, a ponto de não falarmos mais, nem dialogarmos olhos nos olhos...Hoje, batemos papo através de máquinas! Movemo-nos de lá para cá por sobre máquinas, não caminhamos mais, não observamos mais nada, não temos mais tempo...
Destas, entre outras formas, paramos de sentir, ficamos frios, distantes e bloqueados em nossos circuitos. Então, desencadeamos depressão, síndrome do pânico, impotência, frigidez, e tantas outras reações ao estresse agudo...
Refletindo sobre isto tudo, ponho-me a observar e analisar as rosas....Noto sua beleza e raridade, do botão ao desabrochar das pétalas, nas mais atraentes e variadas cores.... Vejo que são sempre rosas, delicadas e perfumadas rosas! Independente do ambiente - lugar em que são postas ( e, curioso, que invulneráveis até mesmo, aos "momentos" destes ambientes) - as rosas são elas próprias, rosas! Cálidas, suaves e fumegantes de encanto e perfume, são elas mesmas, naturalmente rosas!...
Nos buquês e grinaldas das noivas, ou a adornar as igrejas e salões de festas, que lindas são as rosas!
Em formaturas, confraternizações, aniversários e toda sorte de ocasiões festivas, quão grandiosas ficam as decorações destes efusivos momentos com rosas!
Quando nasce um bebê, que doçura é homenagear a mãe com as encantadoras rosas!
Mesmo nos velórios, em meio a prantos, lamentos, tanto desconforto e dor, lá também estão as nobres, elegantes e finas rosas....Ainda ali, mantêm-se agradáveis aos olhos exalando perfume e impassíveis, em torno do féretro, cumprindo com dignidade o seu papel de rosa....
Rosas às mães, rosas às namoradas e esposas, rosas às professoras, rosas para comemorar e, rosas também para se despedir com honra dos entes tão queridos!...
Rosas não mudam!
Rosas não se abalam!
Rosas não se afetam, nem se deixam "contaminar"!...
Rosas são essencialmente rosas; estruturadas e harmonizadas rosas. Rosas foram criadas e programadas para permanecerem rosa!
Concluindo, penso ser chegado o momento de nos mirarmos no exemplo das rosas... É preciso treinarmos o convívio com a "macrosfera", tomando o cuidado de não nos permitirmos contagiar com ela...
As máquinas incorporam-se às nossas rotinas com o objetivo de facilitar e aprimorar o produto de nossas atividades, isto é fato consumado e irreversível; não podemos contestar tal, ou simplesmente, descartá-las de nossas atividades cotidianas... Não pretendemos atravancar o futuro, nem mesmo pregar o saudosismo e a melancolia...
Entretanto, jamais devemos nos assemelhar em posturas a elas, as tais “máquinas” ! Não podemos nunca abrir mão dos "sentires", tampouco perder nossa rara essência e individualidade!..
Assim, faz-se necessário e urgente, que reaprendamos respirar e viver... Viver sim, porém de modo consistente e com qualidade, treinando e aperfeiçoando-nos no Ser Rosa  (já prontas e colocadas para apreciação). Sendo mais explícita, façamos-nos rosas que, inclusive, convivem em harmonia com seus próprios espinhos e não se desestruturam nunca. O Planeta carece muito de beleza, perfume, amor e luz, bastando-nos as  sequelas deixadas por um século de duas grandes e desastrosas guerras, para não dizer que não falei da desastrosa crise ambiental, que nos põe a cada dia mais apreensivos, com o excesso de materialismo e o crescente desamor...

P.S.: O texto acima foi produzido lembrando as orientações de Paulo Bandeira (terapeuta holístico e Reiki Máster) e, após 1h20 de conversa elevada, na Praça, com Dr. Mário Luiz (Ex-Prefeito) a quem dedico este com porção generosa de carinho e grande admiração.

"Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência, e tudo será perdido."
                                                                                                                      (Charles Chaplin)

  Por: Madame Butterfly


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