A agonia do regime Sírio


do Jornal da Estância 


O regime sírio agoniza. Desde o final de 2010 com a eclosão de uma série de protestos em nações do Oriente Médio temos assistido a queda de regimes autoritários, que até então ninguém poderia sonhar sequer com a possibilidade.  Estas manifestações resultaram na queda de uma série de regimes sanguinários como a Tunísia, Egito, Líbia e Iemen.  O movimento que recebeu o nome de “Primavera Árabe”, chegou à Síria da “dinastia” dos Assad em janeiro de 2011, em forma de protestos evoluindo para uma revolução armada em março do mesmo ano.
Em uma manobra para tentar conter os protestos Bashar AL-Assad declarou que esperava que o governo levantasse o estado de emergência em que a Síria vivia desde 1962, fato que acabou acontecendo em 19 de abril 2011.  A Anistia Internacional reagiu à manobra do presidente chamando-a de falsa e muito fraca frente às reformas políticas de que o país necessitava.
A cidade de Homs acabou se tornando o principal foco da revolução ante a “dinastia” dos al-Assad. O governo comandado por Bashar desencadeou uma repressão sem precedentes na história recente do Oriente Médio levando a morte mais de doze mil sírios.
No final de fevereiro deste ano o presidente anuncia uma nova constituição pluripartidária, embora nada falasse com relação a sua saída do poder.  Segundo um porta-voz da ONU, a prioridade do governo de Assad deveria ser “por fim à violência e só nessas condições pode ter lugar um processo político que responda a vontade dos cidadãos”.
De acordo com grupos contrários ao regime e com o observatório de direitos humanos da ONU, nenhuma das reformas prometidas por AL-Assad foram implementadas, enquanto o governo prosseguia com a repressão política.
A oposição síria, a ONU, ativistas de direitos humanos e governos ocidentais denunciaram que Bashar AL-Assad, desrespeitou o plano de paz e o cessar-fogo declarado por ele mesmo, no prazo estabelecido pela ONU, ao retomar os ataques às áreas controladas pela oposição, em abril de 2012. 
Enquanto soluções diplomáticas vão se esvaindo, Bashar vai se perpetuando no poder a custa do sangue do povo sírio.

Emir Bechir

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