SindSaúde faz manifestação no CHS


Categoria pede 32,2% de reposição e vale-refeição de R$ 26,22 - Por: Luiz Setti


 Jornal Cruzeiro do Sul
André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br

O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde) realizou, ontem pela manhã, uma manifestação em frente ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), com as reivindicações da categoria. Porém. o ato foi tímido, já que quase não contou com a participação dos funcionários do CHS, apenas pessoas ligadas ao Sindicato, que levaram faixas sobre a campanha salarial da categoria, que ocorre desde março. Os profissionais pedem 32,2% de reposição salarial, um aumento de 227% no vale-refeição, que passaria dos atuais R$ 8 para R$ 26,22, prêmios de incentivo iguais para todos os profissionais. No sábado, os sindicatos locais irão realizar um ato público, chamado de Onda Branca, que deverá reunir profissionais da Saúde no Largo de São Bento, no Centro, às 9h. Eles deverão sair em caminhada pelas ruas centrais para chamar a atenção de problemas encontrados na saúde pública. 

De acordo com a diretora regional do SindSaúde, Luciana Vieira, que esteve à frente da manifestação realizada ontem, a categoria não recebe uma reposição de perdas desde 2008, por isso os profissionais apenas estão tentando propor ao governo que haja esse reajuste de 32,2%. "Não é nem aumento real, pois nesses últimos anos a nossa perda salarial em virtude da inflação ficou nesse percentual", relata. 

Além disso, Luciana critica o valor do vale-refeição recebido hoje pelos trabalhadores públicos estaduais da Saúde, que está em R$ 8. "Até dois anos atrás, a gente tinha uma vale-refeição de R$ 4, que a gente apelidou de vale-coxinha. O nosso desafio para o governo foi questionar quem consegue comer com R$ 4, ter uma refeição digna sob esse valor? Não tem como. Depois de muita briga e muitas manifestações em São Paulo, no ano retrasado a gente conseguiu um aumento de R$ 4 para R$ 8. Agora, segundo alguns cálculos, o vale-refeição tem que ser de R$ 26,22", considera. 

A diretora regional destaca que existem alguns hospitais que entraram em greve pelo Estado de São Paulo, porém considera que é difícil mobilizar os funcionários do CHS para que o mesmo ocorra em Sorocaba. Tanto é que a adesão à manifestação ocorrida ontem foi baixa, sendo que menos de dez profissionais estavam junto ao Sindicato em frente ao CHS. Segundo ela, existe muito medo de represálias dentro do Conjunto Hospitalar, além de a falta de funcionários impedi-los de participar de ações do Sindicato. "Eles sabem que não podem deixar a unidade, porque senão a população pode ficar sem atendimento", afirma. 

O SindSaúde irá realizar uma assembleia na próxima sexta-feira, dia 10, às 10h na Quadra dos Bancários (rua Tabatinguera, 192, São Paulo), para discutir os rumos da campanha salarial, já que diz não ter obtido ainda uma proposta satisfatória do governo do Estado. 

Posição do governo 
Apesar de o SindSaúde relatar que estão acontecendo greves em alguns locais do Estado, a Secretaria de Estado da Saúde contesta essa informação, dizendo que não há interrupção de atendimento em nenhuma das 203 unidades da pasta. "Em apenas cinco locais houve piquete na porta, mas sem prejuízos ao atendimento, apesar de alguns sindicalistas prestarem informações falsas à população sobre uma paralisação que não existiu. É importante esclarecer que o paciente que precisar de atendimento deve entrar na unidade e não ouvir os sindicalistas que estão tentando impedir os profissionais de saúde de prestar ajuda aos usuários do SUS", relata, em nota.

Sobre as reivindicações da categoria, a Secretaria afirma que vem mantendo diálogo com o Sindicato e "espera que os servidores não interrompam o atendimento."

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