Análise: Candidatas isolam tucano e travam duelo fiel ao atual cenário

O novo cenário eleitoral pesou e Dilma Rousseff e Marina Silva praticamente ignoraram os outros adversários no...



O novo cenário eleitoral pesou e Dilma Rousseff e Marina Silva praticamente ignoraram os outros adversários no debate desta segunda-feira, 1, travando um embate particular entre si.
A estratégia não foi surpresa. A essa altura da campanha, a eleição se reduziu a saber até onde poderá chegar a onda de crescimento de Marina, transformada em fenômeno desde que substituiu Eduardo Campos. Por isso, Dilma tentou desgastar a adversária, cujo crescimento nas pesquisas se tornou ameaça cada vez maior à reeleição.
Para Marina, o jogo também estava mais do que anunciado. Tanto que repetiu a tática do debate anterior, quando surpreendeu ao partir para o ataque contra Dilma. Ontem, parece ter encontrado um eixo para criticar a presidente e martelou na tecla de que Dilma não admite erros do governo. É uma forma de se identificar com o desejo de mudança registrado pelas pesquisas.
Dilma buscava um escorregão da adversária. Nervosa no início, como ela mesmo admitiu ao se confundir com uma regra do debate, a presidente quis desgastar Marina afirmando duas vezes que ela seria contra explorar os recursos do pré-sal. Também disse que a adversária fazia promessas não realizáveis e que não teria capacidade de governar sem negociar com outros partidos. Mas não conseguiu produzir prejuízo relevante.
Marina também precisou se explicar sobre o recuo na proposta para a comunidade LGBT em seu programa de governo e sobre sua posição contrária ao aborto. Prometeu discutir os temas em plebiscito e encurtou a discussão o mais rápido que pôde.
O debate também expôs as dificuldades que a campanha de Aécio Neves enfrenta. O tucano perdeu a condição de protagonista no debate e de alvo prioritário da petista. Se comprovada a inviabilidade de sua candidatura, a tática seria migrar o apoio para Marina. Nesta segunda, Aécio manteve as críticas a Dilma, mas foi sereno e cordial com Marina.
Após dois debates, tudo indica que dificilmente algum candidato cometerá um erro fatal, o que torna mais provável a ida de Dilma e Marina ao segundo turno.

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