Folha de S.Paulo
A ANA (Agência Nacional de Águas) afirmou ontem que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) descumpriu o limite de retirada de água autorizado e avançou sobre a segunda cota da reserva de uma das represas do sistema Cantareira, que vive a maior crise de sua história.
O órgão afirma ter feito uma medição anteontem em que constatou que que a represa Atibainha, em Nazaré Paulista (64 km de SP), está 38 centímetros abaixo do limite de captação permitido, de 777 metros. A reserva abaixo desse limite já é considerada a segunda parte da reserva. Chamada de volume morto, ela fica abaixo do ponto de captação precisa ser retirada com bombas.
A medição da ANA, de 776,62 metros, é diferente da divulgada em boletim da Sabesp para o mesmo dia, de 777,02 metros. O ofício da ANA conta com fotos da régua de medição.
Resposta
A Sabesp afirmou, por meio de nota, que ainda há, considerando todos os reservatórios que compõem o sistema Cantareira, o correspondente a 23% da primeira cota da reserva técnica de água.
A empresa estadual de abastecimento também nega ter descumprido ordem judicial. A previsão da Sabesp é que a primeira cota do volume morto de todas as represas que compõem o sistema Cantareira acabe em novembro.
Na primeira reserva, serão utilizados 182,5 milhões de litros de água. Na segunda cota, serão 106 milhões de litros, de acordo com a Sabesp.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Recursos Hídricos não se pronunciou sobre as declarações da agência federal.
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