Em entrevista ao “Financial Times”, Levy diz que modelo de seguro-desemprego está ultrapassado

RIO - Em entrevista ao jornal britânico “Financial Times” durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o modelo de seguro-desemprego no Brasil está ultrapassado. E defendeu a reforma de programas sociais do governo, deixando claro, no entanto, que o Bolsa Família não será reduzido.
Levy disse que serão necessários “cortes em várias áreas” para manter as finanças do governo em dia e que pretende se livrar de subsídios e colocar os preços no lugar. O ministro reconheceu, ainda, que o país vive um período de austeridade e não descartou a possibilidade de um ano sem crescimento:
“Acho que um crescimento zero não pode ser descartado como possibilidade apesar de o crescimento do Brasil ser resiliente”, disse ao “Financial Times”.
Na entrevista, Levy se mostrou confiante nas reformas que pretende implementar. Mais do que estimular a demanda, há necessidade de mudanças pelo lado da oferta. Na medida em que a casa estiver em ordem, apontou, a reação será positiva.
Citando as mudanças internacionais, Levy destacou que é hora de o Brasil também mudar. Na sua avaliação, “políticas anticíclicas têm seus limites, especialmente quando vê as duas maiores economias do mundo (Estados Unidos e China) mudando de postura”.
Sobre os temores em relação à falta de apoio da presidente Dilma Rousseff, Levy afirmou ao “Financial Times” que a presidente é uma pessoa decidida e que entende as escolhas. Além disso, disse que “não está sozinho no governo” e que outras reformas estão sendo propostas de reformas também por outros ministros da nova administração Dilma.

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