Alunos passarão a receber produtos não perecíveis em embalagem individual
Simone Sanchessimone.sanches@jcruzeiro.com.br
Preocupação é com alunos do "integrado"
A principal preocupação dos alunos e pais em relação ao fornecimento da merenda (que inclui quatro refeições) é referente aos estudantes do ensino médio integrado com o técnico que permanecem em dois períodos na escola, sendo que muitos são provenientes de outros municípios. Como é o caso da estudante Nayara Vitória Pego, 15 anos, da escola Etec Fernando Prestes. A jovem que estuda das 7h15 às 17h ficou apreensiva com a notícia da suspensão da merenda. "É mais fácil comer aqui e os alunos gostam bastante da merenda servida na escola e das merendeiras que trabalham aqui", comentou a jovem que mora em Salto de Pirapora. Para a estudante do ensino médio, a jovem Julia Sales, que estuda no período das 7h15 às 11h40, a merenda escolar é muito importante. "Facilita comer na escola, não dá para estudar com a barriga vazia", comentou a jovem que também reside em outro município.
O operador de máquina Saulo Romero, pai de uma aluna do ensino médio integrado ao técnico, participou da reunião na escola e demonstrou preocupação quanto ao não fornecimento da merenda aos alunos. "As vezes ela traz dinheiro para comprar na cantina, mas não é sempre; quando minha filha chegou em casa falando fiquei preocupado, pois ela fica na escola o dia todo. A merenda é importante e vamos lutar para isso", comentou.
O casal de comerciantes Cristina Simões Pires e Marcelo Henrique, tem uma filha de 15 anos que estuda na escola e ficaram apreensivos com a notícia. A estudante faz o ensino médio integrado ao técnico das 7h15 às 17h. "Recebi com susto a informação, pois não temos alternativa, nenhuma outra opção de alimentação saudável na escola", comentou a mãe da aluna.
Shirley Ribeiro de Moraes, 52, mãe de uma aluna do segundo ano do ensino médio, manifestou bastante preocupação com a falta da merenda. "Tem crianças que tem diabetes, colesterol alto, não é justo a gente enviar lanche de casa, porque temos direito, pagamos nossos impostos e tem muitos alunos que precisam; é obrigação do Estado e do Município ajudar porque a prioridade é a educação", comentou.
A tecnóloga autônoma Maria Aparecida Yabiku Sakura, 54 anos, tem um filho matriculado na escola e também ficou insatisfeita com a notícia do corte da merenda. "O Estado tem que dar prioridade com a educação e a alimentação faz parte, ela (a merenda) chama os alunos, não tendo muitos abandonam a escola", ressalta.
A merendeira Maria Inês Ciriano, 47 anos, que trabalha na escola técnica há 1 ano e está há 10 na empresa ERJ, tercerizada da prefeitura está sensibilizada com a situação. "Tem aluno que chega às 6h30 da manhã fica esperando o café, vêm muitos alunos de outras cidades; eles dependem da comida, principalmente aqueles que ficam o dia todo na escola", comentou. Outra preocupação das merendeiras é a instabilidade de emprego. "As merendeiras estão apreensivas se haverá remanejamento para outras escolas ou se haverá cortes", comentou.
Mobilização
O estudante Vinícius Vieira, 17 anos, aluno da escola técnica Rubens de Faria, está ciente da situação e manifestou preocupação. "Eu tenho condições de comprar na cantina, mas fico preocupado com os alunos do integrado ao técnico", comentou o estudante que é dirigente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), durante ato público na praça do Canhão, na tarde de ontem, reunindo estudantes para discutir questões ligadas à educação. O estudante Caio Batista, 16 anos, aluno do segundo ano da E. E. João Clímaco de Camargo Pires manifestou preocupação com situação da merenda por conta da evasão escolar. "Muitos alunos acabam se ausentando pela falta do passe livre e da merenda", comenta. Hoje, a partir das 6h, os alunos prometeram se reunir em frente a escola E. E. João Clímaco para manisfestar e pedir apoio.
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