Aos meus dezesseis anos em uma Ocupação




Como a primeira Ocupação de muitos estudantes, diferentes jovens angustiados e revoltados com a real situação do país se reuniram, na capital paulista, em uma Assembleia Estadual do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) no 20 de outubro de 2016. Nesta foi deliberada a Ocupação naquele instante da Reitoria do IFSP, com o objetivo de redigir uma carta ao MEC (Ministério da Educação) apresentando o desconforto dos alunos frente à Medida Provisória 746 (reforma do Ensino Médio) e à Proposta de Emenda Constitucional - antes denominada PEC 241, mas que no momento está sendo identificada no Senado como PEC 55 -, além de exigências básicas como a construção de restaurantes universitários, contra o corte de verba para auxílios diversos e aumento do subsídio ao “bandejão”.
Para muitos jovens foi uma descoberta o processo de Ocupação, lá participaram adolescentes vindos do “interior paulista” que pouco tinham contato com a diversidade apresentada na grande e movimentada cidade de São Paulo. Outros tiveram que enfrentar obstáculos como os discursos “é muito perigoso você ir” e “nem sabe porque está protestando”, mas todos provaram que estavam unidos por um bem comum, a educação, aprendendo a lidar coletivamente, construindo a democracia e mostrando para a sociedade como se faz uma Ocupação legítima, racional e organizada. Abaixo segue um texto produzido para apresentar uma experiência vivida e mobilizar a sociedade para lutar pelos seus direitos.

Aos meus dezesseis anos

Aos meus dezesseis anos eu viajei sozinha de metrô e trem (somente acompanhada pelos amigos).
Aos meus dezesseis anos tive que escolher entre o que eu queria fazer ou que queriam que eu fizesse.
Aos meus dezesseis anos fui julgada como “crítica do sistema” mas que não fazia nada para mudá-lo.
Aos meus dezesseis anos aumentei minha consciência do que é democracia e coletividade.
Aos meus dezesseis anos senti o que é ser adulta e passei a tomar decisões autonômicas.
Aos meus dezesseis anos conheci pessoas envolvidas por ideias parecidas com a minha e que me ensinaram o sentido de lutar por um mundo melhor e ter carinho e amor pelo próximo.
Aos meus dezesseis anos aprendi a respeitar e admirar as diferenças da população brasileira que muitas vezes não existem no “interior”.
Aos meus dezesseis anos EU LUTEI PELO MEU FUTURO E DE MILHÕES DE BRASILEIROS.
Aos meus dezesseis anos eu parei de coçar a barriga em cima do sofá.
E independente da sua idade, continue ou comece a sua luta pelos seus interesses baseados no bem estar da maioria que sofre, não nos interesses da minoria, que por acaso é sempre dos mais ricos. LUTE PELO BEM DO POVO!
                                                                                              Giovanna Aparecida D. de Oliveira



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