Em casa ou nas ruas, greve geral envolveu 35 milhões de pessoas, dizem organizadores

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Ruas, avenidas e estações praticamente vazias ao longo do dia nas principais cidades brasileiras demonstram que a população aderiu ao movimento. E uma multidão deu seu recado ao governo Temer
por Redação RBA publicado 28/04/2017 19h33, última modificação 28/04/2017 21h56
KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
Largo da Batata
Ato Largo da Batata, com caminhada até a casa de Michel Temer, encerra o dia em São Paulo
São Paulo – Apoio da imprensa comercial não faltou ao governo Temer. Primeiro para esconder a greve geraldesta sexta-feira 28 de abril. Depois para desconstruir o que organizadores e analistas classificaram como o maior movimento do gênero desde a ditadura. Integrantes do governo se ocuparam de câmeras e microfones na tentativa de desqualificar. Um deles, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, chegou a dizer: “Se tivéssemos aquelas multidões que tivemos quando mobilizamos em busca do impeachment, teria repercussão”.
Os movimentos, entretanto, não se surpreendem nem se incomodam com o que consideram uma desfaçatez. O objetivo da greve geral em nenhum momento foi convocar multidões às ruas. “A população atendeu aos apelos das centrais e ficou em casa. Foi como a canção do Raul Seixas, O Dia em que a Terra Parou. Podemos dizer com tranquilidade que São Paulo parou. E o Brasil todo foi sacudido pela greve geral”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil Popular. O presidente da CTB endossou: “O Brasil cantou Raul”.
Em São Paulo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, entre 10h30 e 16h, a lentidão variou entre 0,3% e 1,1% dos 868 quilômetros de vias monitoradas, enquanto a média para o mesmo período costuma ser entre 5,9% e 6,2%. O mesmo no período da tarde: às 17h30 a cidade estava com 5,4% de lentidão, bem abaixo da média de 11% para o horário.
Isso significa que, mesmo com a paralisação dos transportes, as pessoas não se desesperaram para colocar seus carros nas ruas. Ficaram em casa. Muitas, é claro, não resistem a um “vamos para a rua”. E as manifestações contra as reformas da Previdência, trabalhista e as terceirizações deixaram suas marcas nas ruas do país. As imagens a seguir – que você provavelmente não vai ver na imprensa comercial, mostram um pouco dessas duas faces deste vitorioso dia de greve geral, do qual participaram de 35 milhões a 40 milhões de pessoas – algo perto de um terço da população economicamente ativa do Brasil.

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Rua Barão de Itapetininga, na região da Praça da República, diariamente tem comércio movimentado.
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À tarde diversos grupos foram às ruas da capital gaúcha para protestar contra as reformas. No entanto, pela manhã, o portoalegrense aderiu a greve e não foi trabalhar. Uma das estações mais movimentadas do centro da cidade ficou deserta. 
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Estação Parobé, um dos pontos mais movimentados do centro de Porto Alegre
Na capital paranaense a adesão também foi grande. Tanto que os principais corredores de acesso aos ônibus urbanos não tiveram movimento.
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Com os usuários em casa, acesso aos ônibus em Curitiba ficou vazio
RBA
A cidade do Recife experimentou o vazio das ruas e o peso de uma multidão de 200 mil. Com o mesmo sentido
RBAManaus
Manaus por sue vez ficou meio paradona, para variar
BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESSNiteroi
Em Niterói (RJ), mensagens firmes sobre por que parar, parar por quê
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Feira de Santana (BA), deu recados
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A capital do Ceará teve manifestação de encher as ruas
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Em Foz de Iguaçu, o povo foi para as ruas
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A Praça Sete, em Belo Horizonte, não podia ficar de fora

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