SP 247 - Os segredos do tucano paulista para se manter no poder foram esmiuçados pela tese de doutorado da ex-ouvidora-geral da Defensoria Pública estadual Luciana Zaffalon Leme Cardoso, coordenadora-geral do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
Reportagem de capa da revista Carta Capial desta semana apresenta alguma das conclusões do trabalho.
"No reduto paulista prosperam com especial vigor iniciativas dominantes em escala nacional, a exemplo da prioridade máxima atribuída à remuneração de uma categoria profissional da área da Justiça e da pouca importância dada ao caos econômico e social ao redor. É o caso doa decisão do Ministério Público Federal, representado pela futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de acolher na terça-feira (25) a reivindicação dos procuradores e priomotores da instituição por um aumento de 16%.
O reduto bandeirante deu sobrevida à legenda perdedora das últimas quatro eleições presidenciais e prestou apoio decisivo tanto à candidatura de Aécio Neves quanto ao golpe de Michel Temer. A julgar pelos rumores da aproximação entre Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia, cresce a possibilidade de os tucanos serem fiadores também do golpe dentro do golpe, aquele que viria com a substituição de Temer pelo presidente da Câmara, solução acalentada pelo chamado mercado.
Com base em dados de investigação própria, entrevistas com representantes da Magistratura, do Ministério Público, da Defensoria Pública, de organizações não governamentais e de movimentos sociais, o estudo inclui informações de pesquisas realizadas durante anos por várias instituições. Abrange o período de 2012 a 2015 e mostra como a construção tucana paulista funciona também para manter a impunidade dos homicídios cometidos por policiais, os excessos da repressão às manifestações de rua, as violações dos direitos humanos nos presídios e o afastamento de juízes progressistas a pedido de colegas.
Há uma agenda corporativa como proteção e contrapartida garantidas ao sistema de Justiça, diagnostica a pesquisadora."
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