247 - Encurralado por denúncias de corrupção envolvendo membros de seu governo e aliados próximos, além de dele próprio, Michel Temer partiu para o ataque para tentar garantir o foro privilegiado e sua própria sobrevivência política. "Quem melhor expressou este novo pendor temerista foi o escudeiro Beto Mansur, deputado federal que viajou com o presidente à Alemanha. "O Michel está com a faca nos dentes", resumiu o parlamentar. "E vamos vencer" diz Itamar Garcez, do Blog Os Divergentes.
"A mesma disposição para a guerra foi vista na decisão da Polícia Federal, subordinada ao ministro Torquato Jardim, da Justiça. Na quinta, 6, a PF tirou a exclusividade dos delegados que se dedicavam à Lava-Jato", ressalta Garcez.
"Antes disso, na quinta, 27, no pronunciamento em que criticou a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o mandatário já exibia sua intenção. Num estilo pouco convencional, insinuou que Janot poderia ter recebido recursos da JBS, do delator-mor Joesley Batista, o amigo que virou inimigo", observa o jornalista.
Garcez também relembra que o governo Temer jogou o "poderoso aparato estatal contra a JBS", suspendendo crédito, ampliando a fiscalização sobre o grupo empresarial e instalando CPIs para investigar a empresa.
"A escalada bélica de Temer tem um ingrediente a mais do que a perda do poder, por si mesma motivadora de "instintos primitivos", para lembrar um dos mais ladinos políticos em atividade. Perder o mandato pode significar mais do que voltar para a casa. Sem a imunidade que o cargo ora lhe confere ficará ao alcance de juízes de primeira instância, que têm se mostrado mais rápidos e rigorosos nas sentenças condenatórias do que seus colegas da Suprema Corte. É desembainhar a peixeira ou correr o risco do cárcere", avalia.
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