247 - Em
artigo publicado nesta quinta, a professora de Direito Eloísa Machado de Almeida, professora e coordenadora do Supremo em Pauta, da FGV de São Paulo, destaca as implicações da decisão da Câmara de não dar segmento às denúncias contra Michel Temer.
"Em curto período, a Câmara teve a oportunidade de selar o destino de dois presidentes. O clima foi muito distinto ao do impeachment: se outrora houve festa, agora imperou o constrangimento. A maior parte dos deputados proferiu um rápido “sim” ao relatório da CCJ que recomendou o não prosseguimento da denúncia.
No auge da Lava Jato, com dezenas de deputados investigados e denunciados, a decisão da Câmara é uma ode à impunidade. A enorme impopularidade de Temer não assustou os deputados, que fiaram o presidente, demonstrando a peculiar empatia entre iguais; afinal, Temer tem história política fundada na Câmara e compartilha a condição de investigado por crimes comuns com outros parlamentares.
A imunidade conferida a Temer denota indiferença da classe política com a vontade dos eleitores e com a pauta contra a corrupção, que tem mobilizado o País desde o mensalão. O resultado é o enfraquecimento do Legislativo e Executivo e a produção de um presidente impopular e impune, mas ainda assim presidente."
0 Comentários