O que Meirelles sabe e que nós não sabemos?

deluge
Convenhamos que, em qualquer situação política que se agarrasse ao mínimo de lógica, seria impensável que o Ministro da Fazenda dessa, de viva voz, uma declaração como esta que o Estadão publica como manchete: concorrer contra seu próprio chefe. Menos ainda quando ostenta, com boa-vontade, perto de 1% das preferências eleitorais.
Meirelles, esperto o suficiente para sair da presidência da organização empresarial dos irmãos Batista sem virar carvão, sabe que não tem absolutamente nada – nem mesmo um partido político –  a garantir-lhe a pretensão de candidatar-se e, menos ainda, a de vencer.
Mas sabe, ao mesmo tempo, que Temer tem, ao menos por enquanto, as mãos amarradas quanto a substituí-lo. E com mais cordas ainda se for mesmo candidatar-se à reeleição.
Na matéria do Estadão, a pista para entender o que se passa: “interlocutores do ministro dizem que, com o fracasso da reforma da Previdência, ele ficou sem sua principal bandeira: o ajuste das contas públicas”.
Como Meirelles terá de sair até o final de março para ser candidato e descarta continuar a ser ministro da Fazenda apenas – ” é uma etapa cumprida”, disse – está marcado, em última instância, o prazo de sua permanência.
E, como se sabe, o período “la garantía soy yo”  que ele marcou no comando a economia.
Há sinais de um “d’aprés moi le deluge”?

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