Emílio Rodriguez, sobre o golpe de 64 e o dia de Judas: É tempo de ocupar as ruas para combater o avanço do fascismo do governo Temer

viomundo

31 de março de 2018 às 21h24

  
Em memória dos mortos pela ditadura militar; também de Marielle Franco e Andesron Gomes, vítimas do avanço do fascismo nos dias atuais. Fotos: Lula Marques, AGPT, via Fotos Públicas, e divulgação
É tempo de combater o fascismo: o golpe de 64 e o dia de Judas
por Emílio Rodriguez, especial para o Viomundo
Hoje, 31 de março,  o golpe que deu início à ditadura militar completa 54 anos.
Neste ano, curiosamente, o funesto aniversário é num sábado de aleluia, portanto de malhação de Judas.
No nosso caso, do Judas Michel Temer, que traiu a democracia ao participar ativamente do golpe para derrubar a presidenta Dilma, os trabalhadores e a população mais pobre do Brasil, tirando-lhes direitos.
Não bastasse tudo isso, há quatro dias, o  presidente usurpador (MDB-SP) disse a empresários na Federação do Comércio de São Paulo, que o golpe de 1964 não foi um golpe de Estado, mas um “desejo do povo” por “centralização do poder”.
Que espécie de “desejo do povo” é esse, já que o povo não foi ouvido em eleições para presidente durante 26 anos?
Bem, é natural que o golpista Temer diga que não houve golpe de 1964.
Uma demonstração inequívoca de que nunca teve apreço pela democracia.
E tudo indica continuará não tendo.
Seus auxiliares, segundo o jornalista Ricardo Noblat, já ventilam a possibilidade de não haver eleições em 2018.
Por isso, hoje é um dia sob medida para o Judas Temer.
Por conta dele e demais golpistas vivemos tempos muito difíceis em que temos de tomar cuidado até com a cor da roupa que usamos, para não sermos agredidos por fascistas.
É como já disse Caetano Veloso: vivemos algo que lembra o momento do golpe militar.
O ódio  instilado pelos meios de comunicação criou um monstro que ameaça a devorar todos, inclusive os golpistas, como aconteceu com apoiadores do golpe de 1964, entre os quais Carlos Lacerda, a  própria OAB e grandes jornais, como Estadão,.
Estamos assistindo atentados contra lideres de esquerda, ódio violento dos ricos contra aqueles que querem a igualdade social.
Estamos assistindo a “justiça” praticar  injustiça.
Estamos assistindo setores do judiciário querendo implantar a ditadura do judiciário, violando a Constituição e ameaçando prender todo aquele que diverge de suas ideias.
Estamos assistindo o desmoronamento das instituições e a implantação da lei do mais forte.
Portanto, é tempo de luta.
Hoje mais do que nunca, é tempo de ocuparmos as ruas para dizer que queremos o restabelecimento da democracia, o fim do Estado de exceção e que não se rasgue a Constituição.
Nas ruas, estarão juntos conosco os Marighelas, Herzogs, Manoéis Fiel Filho, Zuzus, Iaras, os freis Titos e centenas de outros brasileiros que foram perseguidos, torturados e mortos pela ditadura militar.
De onde estiverem nos agradecerão por defender a democracia. Façamos isso também em memória deles.

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