Carlos Brickmann, que espalhou fake news sobre “fuga de Lula para a Etiópia”, condena fake news na Folha


DCM
Publicado em 19 julho, 2018 8:47 am
Carlos Brickmann, um dos três jornalistas que espalhou a fake news sobre a “fuga de Lula para a Etiópia” que supostamente evitaria efeitos da condenação no TRF4 e sua prisão, escreveu um artigo na Folha de S.Paulo condenando as notícias falsas e afirmando que a grande mídia deve fiscalizar essas mentiras.
“Um grande jornal tem de ser a última instância; tem de zelar pela notícia, tem de ter certeza. Um grande jornal só é grande quando capaz de garantir a qualidade de suas notícias. Pode até errar, mas não pode deixar de se esforçar ao máximo para verificar o que publica. O leitor precisa saber que, se a notícia espetacular da internet não saiu nos grandes jornais, é porque não aconteceu”, diz o autor, que é diretor do site Chumbo Gordo e foi um dos fundadores do Jornal da Tarde.
E complementa: “Notícias falsas devem ser combatidas assim: com jornais que se esmerem em publicar apenas o que verificaram. Vão acabar com as fake news? Não; mas darão ao público uma fonte confiável para que não acredite em qualquer notícia maluca. Sempre houve fake news. Portugal passou séculos acreditando que o rei D. Sebastião, morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África, não tinha morrido, e um dia voltaria. As fake news sobreviveram a três documentos oficiais: a ata de entrega do corpo às autoridades portuguesas; a um ofício do embaixador espanhol confirmando a chegada do cadáver resgatado aos mouros; a uma carta do cardeal d. Henrique ao rei da Espanha, Felipe 2º, agradecendo seus esforços no caso. E sobreviveram ao tempo, pela crença de que, apesar de multicentenário, Sua Majestade retomaria seu trono”.
No caso da fake news da “fuga de Lula para a Etiópia”, nem Brickmann ou seus amigos José Nêumanne Pinto e Augusto Nunes levaram em conta, em janeiro de 2018, que o El País publicou um artigo do diretor de comunicação da FAO, Enrique Yeves, em que ele lamentou a ausência de Lula da Cúpula da União Africana. Espalharam a informação falsa, sem nenhuma retratação posterior.
Carlos Brickmann. Foto: Reprodução/YouTube

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