Fotos Públicas - Fernanda Carvalho (São Paulo, 29 de setembro de 2018)
Atualmente
somos cerca de 52% da população brasileira. O movimento deste sábado
(29/9/2018) foi representativo do sentimento de parte das mulheres do país e
independente da escolha de cada uma (estar ou não, apoiar ou não) o século XXI
ainda não promoveu de forma plena (mas sim tortuosa), os direitos aos quais
somos signatárias.
O grande nó de
tudo isso é que voltarmos no tempo e negar as conquistas que até aqui, a duras
penas, foram vitoriosas, nos coloca num patamar muito complexo em termos de
sociedade e mais ainda quando se pensa em que corpo social desejamos para o
futuro.
O desafio é
justamente tornar ESSA coletividade ouvida, legitimada e permeada por políticas
públicas sérias não só para mulheres, mas para tantos grupos sociais
historicamente alijados de direitos, e nisso somos um país recorde na
manutenção das amplas e diversas desigualdades (e ainda há quem comemore ou
naturalize-as).
É triste
vivermos num momento em que parte da população vê direitos (que em geral
pertence a tod@s) como irrelevantes, desnecessários ou mesmo privilégios...
Infelizmente, mesmo que muit@s bradem, não dá para retornar ou mesmo impedir
que a voz tenha som: E QUE ALTO E BOM SOM pudemos ecoar país afora.
Dia 7 de outubro teremos uma nova
configuração de poderes para conduzir nossa frágil democracia representativa.
Ela será o resultado do que @s brasileir@s entendem por um país melhor, pois o
que estamos vivenciando é um verdadeiro pesadelo em inúmeras direções...
Ainda que se diga NÃO a tudo
isso, estaremos AQUI, neste mesmo lugar (o de fala, o do grito, qualquer que
seja...) exigindo e cobrando, SEMPRE!
Agnes Cruz de Souza, doutora em Ciências Sociais e professora no IFSP.
0 Comentários