No início dos anos 1990, depois de um mês sem notícias do filho caçula, Pureza decidiu seguir seu rastro. Munida de uma bolsa e da roupa do corpo, estava resolvida a encontrá-lo vivo ou morto. Ela sabia apenas que ele tinha ido ao Pará.
“Medo eu não tinha. Nunca tive. Mas tinha a certeza de que ia ir atrás dele, porque eu tenho um Deus. Eu chamava ele e dizia ‘não deixa eu morrer, deixa eu ir ao fim. Eu quero ir ao fim dessa briga'”, diz Pureza à BBC News Brasil, por telefone, de Bacabal (MA), onde vive com uma neta.
Em busca do filho, Pureza começou a trabalhar como cozinheira em fazendas do sul do Pará, para onde acreditava que o filho tinha ido.
Pureza ouviu sobre o sistema pelo qual os empregadores confiscavam documentos de identificação dos empregados e tornavam-nos totalmente dependentes dos encarregados para comer, vestir-se, abrigar-se e obter remédios. Embora não tenha presenciado assassinatos, ouviu de muitos que o destino à espera de quem tentava se rebelar ou fugir eram covas sem identificação na floresta.
Pureza, depois de conhecer de perto a realidade do trabalho escravo e convicta de que o filho era mantido naquela condição, procurou a Comissão Pastoral da Terra (CPT) em São Luís (MA).Esteve em Brasília, que qualifica de “cemitério” e “carniça”. “Ali ninguém tem coração, ali só briga por dinheiro”, afirma, acrescentando que, durante cerca de um ano, só recebeu ajuda de três pessoas, entre elas uma procuradora da República e um radialista.
Ao final da peregrinação, com apoio de autoridades, Pureza conseguiu localizar e resgatar o filho caçula. Hoje, Abel vive em Bacabal com a família.Por sua luta, Pureza também recebeu em Londres o Prêmio Anti-Escravidão da Anti-Slavery International, a mais antiga entidade mundial de combate ao trabalho escravo.👉 Leia a matéria completa no nosso portal: ( Link na Bio) 👍. 👉Siga a nossa página! 🙌. #trabalhoescravo #Brasil #observatório3setor
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