FABIO SERAPIÃO
FABIO LEITE
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Nos quase quatro anos em que foi diretor da Sabesp, o engenheiro Umberto Semeghini assinou ao menos oito contratos da estatal com empresas investigadas no suposto esquema de fraudes em licitações de Campinas. Foram R$ 98,8 milhões em negócios fechados com a Saenge Engenharia e outras duas firmas do empresário Gregório Cerveira, que já se uniram em consórcios contratados pela Sabesp com a Gerentec Engenharia, da qual Semeghini é sócio hoje.
A Saenge, do empresário Luiz Arnaldo Pereira Mayer, assinou com Semeghini seis contratos que somam R$ 41,5 milhões. Os outros dois negócios, no valor de R$ 57,3 milhões, foram firmados com os consórcios Canal Limpo Guarujá e Performance Praia Grande, integrados, respectivamente, pela Hydrax e Camp Saneamento, de Cerveira. Todos negam irregularidades nas contratações (leia abaixo).
Conforme o JT revelou semana passada, escutas telefônicas realizadas pelo Ministério Público Estadual durante investigações do suposto esquema de corrupção campineiro mostram Cerveira e um diretor de suas empresas preocupados com a possibilidade das notícias sobre o envolvimento nas denúncias de irregularidades na Sanasa, companhia de saneamento de Campinas, “contaminarem” seus negócios com a Sabesp.
Parceiros de consórcio
Além de ter contratos de suas empresas assinados por Semeghini, Cerveira – preso no dia 20 de maio – integrou o Consórcio Centro Córrego Limpo junto com a Gerentec, que hoje tem o ex-diretor da Sabesp como sócio. Contratado para realizar obras em redes coletoras dentro do Programa Córrego Limpo na Grande São Paulo, o consórcio recebeu da estatal R$ 1 milhão.
Além de ter contratos de suas empresas assinados por Semeghini, Cerveira – preso no dia 20 de maio – integrou o Consórcio Centro Córrego Limpo junto com a Gerentec, que hoje tem o ex-diretor da Sabesp como sócio. Contratado para realizar obras em redes coletoras dentro do Programa Córrego Limpo na Grande São Paulo, o consórcio recebeu da estatal R$ 1 milhão.
Em 1999, enquanto exercia a função de diretor da Gerentec, Semeghini também formou consórcio com a Saenge e uma terceira empresa para prestar serviços comerciais voltados à recuperação de créditos vencidos de clientes. A licitação foi no valor de R$ 9 milhões. Oito anos depois, já no cargo de diretor da Sabesp, o engenheiro assinou seis contratos entre a companhia de saneamento e a ex-parceira de negócios.
Um desses contratos é alvo de uma ação civil pública impetrada pelo Sindicato dos Urbanitários da Baixada Santista (Sintius). De acordo com o presidente do sindicado, Marquito Duarte, os valores praticados pela Saenge são muito superiores aos estipulados pelas outras concorrentes. “O preços apresentados pela vencedora estão até 500% acima e descumprem os valores previstos nas planilhas de quantitativos e preços do banco de preços estatal”, afirma Duarte. O processo ainda está em fase de citação das partes envolvidas, na 1ª Vara da Fazenda Pública em Santos, mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já julgou o contrato como regular.
Gerentec
Na segunda-feira (17), o JT revelou que no período em que Semeghini foi diretor da Sabesp, os contratos da Gerentec com a estatal chegaram a R$ 115 milhões, 187% a mais do que nos nove anos anteriores. Ele deixou a empresa em 2007 para assumir cargo na Sabesp. Em abril deste ano, voltou para a Gerentec e encontrou a firma com o dobro do capital social deixado por ele.
Na segunda-feira (17), o JT revelou que no período em que Semeghini foi diretor da Sabesp, os contratos da Gerentec com a estatal chegaram a R$ 115 milhões, 187% a mais do que nos nove anos anteriores. Ele deixou a empresa em 2007 para assumir cargo na Sabesp. Em abril deste ano, voltou para a Gerentec e encontrou a firma com o dobro do capital social deixado por ele.
Sabesp
Questionada sobre a existência de um conflito de interesses no fato de o ex-diretor Umberto Semeghini ter assinado contratos com empresas com as quais mantinha algum tipo de relação, a Sabesp, por meio de nota, informou que “os questionamentos não têm fundamento”. Segundo a estatal, as informações são “fatos desconexos com o único propósito de associar a imagem da Sabesp a fatos políticos com os quais a empresa não tem qualquer relação”.
Questionada sobre a existência de um conflito de interesses no fato de o ex-diretor Umberto Semeghini ter assinado contratos com empresas com as quais mantinha algum tipo de relação, a Sabesp, por meio de nota, informou que “os questionamentos não têm fundamento”. Segundo a estatal, as informações são “fatos desconexos com o único propósito de associar a imagem da Sabesp a fatos políticos com os quais a empresa não tem qualquer relação”.
Além disso, a estatal salientou que todos seus contratos com a Gerentec foram assinados após a realização de licitação pública para assegurar o menor preço e que foram julgados regulares pelo Tribunal de Contas do Estado. Sobre a ação civil pública impetrada pelo Sindicato dos Urbanitários da Baixada Santista, a Sabesp afirmou já ter apresentado suas alegações à Justiça.
Semeghini
Já o ex-diretor da Sabesp afirmou que manteve contato com a Saenge até 2001, quando o contrato do consórcio formado pela Gerentec com a estatal terminou. Sobre os empresários, ele garantiu desconhecer Gregório Cerveira e salientou que Luiz Arnaldo Mayer não é uma pessoa com a qual ele conviva. “Eu não o atendia o Mayer na Sabesp, não é uma pessoa das minhas relações”, disse.
Já o ex-diretor da Sabesp afirmou que manteve contato com a Saenge até 2001, quando o contrato do consórcio formado pela Gerentec com a estatal terminou. Sobre os empresários, ele garantiu desconhecer Gregório Cerveira e salientou que Luiz Arnaldo Mayer não é uma pessoa com a qual ele conviva. “Eu não o atendia o Mayer na Sabesp, não é uma pessoa das minhas relações”, disse.
Empresários
Por meio de seus advogados, os dois empresários citados na reportagem negaram qualquer relação com o ex-diretor da Sabesp. Representante legal de Gregório Cerveira, o advogado Antônio Carlos Germano Gomes afirmou que não era Semeghini o responsável pela Gerentec quando esta firmou consórcio com a empresa de seu cliente.
Por meio de seus advogados, os dois empresários citados na reportagem negaram qualquer relação com o ex-diretor da Sabesp. Representante legal de Gregório Cerveira, o advogado Antônio Carlos Germano Gomes afirmou que não era Semeghini o responsável pela Gerentec quando esta firmou consórcio com a empresa de seu cliente.
Já a advogada Maria José Ferreira da Costa, que representa Luiz Arnaldo Mayer, afirmou que seu cliente não mantém nenhuma relação com Semeghini.
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