Vereadores permitem venda de terreno no Itaim-Bibi



A Câmara de São Paulo autorizou a Prefeitura a remover oito equipamentos sociais de um terreno no Itaim-Bibi, na zona sul, para dentro do Parque do Povo, localizado a poucos metros dali. A proposta foi incluída no projeto de lei para permitir a venda do quarteirão de 20 mil metros quadrados em troca de creches.
O Parque do Povo, porém, é tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e qualquer modificação ainda precisará do aval do órgão.
Entre os equipamentos que funcionam no terreno estão duas escolas, uma creche, um pronto-socorro, um teatro e uma sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O projeto substitutivo do vereador Cláudio Fonseca (PPS) foi aprovado nesta segunda-feira em segunda discussão com o apoio de 39 dos 55 vereadores.
“O projeto é bom porque tem o objetivo de suprir uma carência de mais de 100 mil crianças que esperam por vagas nas creches”, acrescentou.
A oposição dos moradores à proposta, que tinham um abaixo-assinado com 12 mil assinaturas contrárias à venda, não comoveu a base governista. Só o vereador Eliseu Gabriel (PSB), que costuma votar favorável aos projetos do prefeito, resolveu se posicionar contra. “Só o fato desse projeto ter sido colocado na pauta já é uma vergonha. Temos um polo cultural dentro do terreno que agora a Prefeitura quer vender. Não é uma área ociosa”, criticou. “É a dignidade dos vereadores que está em jogo nessa votação”, emendou Aurélio Miguel (PR).
Para o coordenador-geral do movimento SOS Itaim, Helcias Bernardo de Pádua, a proposta é um absurdo. “O Parque do Povo é o único equipamento público de lazer da região. Agora não vamos lutar apenas para preservar o quarteirão, mas também para salvar o parque”, afirmou.
O grupo vai começar neste domingo a coletar assinaturas contra a transferência, na entrada do local. Além disso, um grupo de quatro advogados já se reuniu nesta segunda à noite para traçar a estratégia legal que o movimento vai seguir

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