Prefeitura: Dilma intervém, e Marta vai deixar disputa no PT



Em ação conjunta com o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff pediu à senadora Marta Suplicy que abandone sua pré-candidatura à Prefeitura. A ação abre caminho para chancelar o ministro Fernando Haddad (Educação) como candidato do PT na disputa. O encontro entre Marta e Dilma foi divulgados pela própria Presidência em ato acertado com a senadora, que deve anunciar amanhã sua desistência. Os outros concorrentes, porém, dizem não abrir mão das prévias, marcadas para novembro.
Acuada no PT pela operação de Lula a favor de Haddad, a ex-prefeita ficou sem respaldo interno. Depois do encontro com a senadora, Dilma visitou Lula no hospital e relatou a conversa. “Dilma fez um apelo, afinada com o presidente Lula, para que Marta desista da candidatura”, divulgou ontem, em Cannes, a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.
Embora tenha boa inserção na base do PT e lidere as pesquisas, Marta amarga isolamento gradual entre os parlamentares e dirigentes do partido desde que perdeu a eleição para a Prefeitura em 2008. A situação piorou com a operação de Lula pró-Haddad, que culminou no apoio de 60% do partido à pré-candidatura do ministro. As prévias tornaram-se, então, uma operação de risco para a ex-prefeita, e o lema no PT foi buscar “saída honrosa”.
Agora a negociação passa por acomodar a senadora em local de prestígio. Os petistas dizem que Dilma não sinalizou com nenhum cargo, mas teria feito projeções para o futuro. Marta ambiciona o Ministério da Educação. Segundo integrantes do partido, ela pode ser indicada para a Cultura, numa eventual reforma ministerial do ano que vem, ou conseguir o apoio do governo num voo mais alto, como disputar a presidência do Senado – hoje ela ocupa a vice.
Tatto e Zarattini são os próximos alvos da articulação Petistas apostam que Zarattini abriria mão do plano com mais facilidade. O JT apurou que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), colabora no convencimento de Tatto, que passa pela indicação para a liderança do PT na Casa.
Os deputados, porém, negam saída. “Da minha parte, não muda nada. O processo para a liderança do partido independe da disputa na capital”, afirmou Tatto. “Vou manter minha candidatura. Prévias não colocam em risco a unidade do partido”, disse Zarattini. O senador Eduardo Suplicy pode não abrir mão da disputa, mas tem pouco respaldo no PT

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