A
hipocondria foi e continua desafiando a medicina em todas as suas
especialidades, a permanente atitude de suspeita de uma patologia devido ao
quadro clínico pode ser definido como “um paciente à procura de uma doença
somática”, por ser o componente somático apresentado é sempre idêntico aos
sintomas de sua doença corpórea. Queixas e preocupação compulsiva com seus sintomas
podem acarretar para o paciente a indicação de cirurgias desnecessárias, múltiplas
visitas médicas, chegando a ter diagnóstico precoce pelos médicos por onde o
paciente passa. Distinguir hipocondria passageira e crônica é determinante para
a medicina como um fator para descartar outras patologias mentais como a psicose.A
dificuldade de descrever sentimentos ou localizar emoções que se manifestam no
corpo, muitas pessoas não podem distinguir os diferentes tipos de afetos, por
mais comuns que sejam se sentem pressionados para descrever, por se encontrarem
nervosos, tristes ou raivosos, se sentem quase que incapazes de fazê-lo: “eu
não sei o que dizer” ou “não posso colocar isso em palavras”.Encontramos
em pessoas hipocondríacas uma estrutura de personalidade, são pessoas que
tiveram responsabilidades de adulto desde muito cedo, onde a responsabilidade
ocorreu precocemente. Podem ter ocorrido situações onde pais ou irmãos tenham
sido acometidos de alguma doença incapacitante. Posteriormente, quando essas
pessoas adoecem ou experimentam modificações em seu estado de saúde (gravidez,
trauma acidental) isso faz surgir os sintomas de natureza hipocondríaca.
Ocorrem recidivas quando o paciente é ameaçado por modificações ambientais que
sente não ter condições de controlar.Uma
dinâmica inconsciente no hipocondríaco seria a hostilidade reprimida contra um
sintoma físico como uma solução parcial deste conflito; necessidade de expiar
culpas através das queixas somáticas; doença como uma defesa contra sentimentos
de abandono e perigo de morte; relações de ambivalência em fases do
desenvolvimento; beneficio secundário advindo da doença.A
pessoa em processo terapêutico é acompanhada em seu sofrimento corporal e é auxiliada
a interpretar as significações do que a levou a adoecer, permitindo tornar-se
um adulto cada vez mais saudável.Juliana
Arantes Terapeuta
Morfoanalista/www.abtm.com.br
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