Coletores da Gomes Lourenço iniciam 'operação tartaruga'



Aviso é do Sindicato dos Empregados de Limpeza Urbana

 Jornal Cruzeiro do Sul
Carlos Araújo
carlos.araujo@jcruzeiro.com.br

Os coletores de lixo da empresa Gomes Lourenço iniciam hoje uma "operação tartaruga". Esta informação foi dada ontem à noite pelo sindicalista Marcio de Carvalho Tavares, presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Limpeza Urbana (Siemaco). Segundo ele, a "operação tartaruga" é uma forma de pressionar a Gomes Lourenço (responsável pela coleta do lixo doméstico de Sorocaba) a apresentar contraproposta às reivindicações dos funcionários. Ele afirmou que a medida continuará a valer até o próximo dia 17, data de nova reunião do Sindicato com a empresa, ou até quando ela oferecer contraproposta antes dessa negociação.

O Sindicato reivindica 15% de reajuste salarial (reposição da inflação mais aumento real). A categoria pretende elevar o piso salarial (menor salário) da cifra em torno de R$ 730,00 para R$ 978,00. A decisão por adotar a "operação tartaruga", segundo Tavares, foi tomada após reunião com representante da Gomes Lourenço, na Subdelegacia Regional do Trabalho (SDRT). Tavares disse que um engenheiro representou a empresa, o que o deixou insatisfeito. Ele tinha a expectativa de que a empresa comparecesse com advogado. "A empresa está brincando com coisa séria, parece que ela não está nem aí com as coisas", ele criticou. Também deixou claro que foi a empresa que sugeriu a data de 17 de abril para nova reunião e que o argumento dela foi de que, como assinou contrato recente com a Prefeitura, precisava de tempo para analisar sua planilha de custos.

Ele admitiu que, como consequência, a "operação tartaruga" vai gerar acúmulo de lixo nas ruas. Isto deverá ocorrer porque, das 14 toneladas de lixo coletadas diariamente, sua expectativa é de que passarão a ser coletadas 7 toneladas. "A gente passa, coleta um lixo aqui, outro ali, faz um serviço devagar, sete toneladas a gente deixa para trás", descreveu. Segundo ele, um caminhão que cobre um bairro não é o mesmo que passa em outro. Em muitos bairros, o caminhão passa a cada dois dias.

A Gomes Lourenço tem cerca de 200 funcionários e assinou contrato com a Prefeitura no valor de R$ 97 milhões, válido por três anos. A empresa foi a vencedora de concorrência aberta para o setor. Na última quinta-feira, segundo Lourenço, os coletores da empresa decretaram "estado de greve" para pressionar a empresa a apresentar contraproposta.

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