21/07/2012

Protesto, CPI e até boletim de ocorrência


ONGs protetoras de animais fazem manifestação, vereadores querem apurar caso e prefeito vai à polícia


PEDRO GUERRA E FERNANDA IKEDO/ AGÊNCIA BOM DIA
fernanda.ikedo@bomdiasorocaba.com.br

A Câmara de Sorocaba abriu nesta sexta-feira (20) uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as mortes dos animais na  Seção de Controle de Zoonoses. A proposta foi feita pelo vereador Marinho Marte (PPS) e  o  requerimento recebeu o mínimo de sete assinaturas necessárias (um terço do colegiado)  dos vereadores Geraldo Reis (PV), Coronel Rozendo (PV), Ditão Oleriano (PMN), José Crespo (DEM), Cláudio do Sorocaba I (PR), Anselmo Neto (PP) e do próprio autor da proposta.
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-Polícia investiga morte de animais em Sorocaba

Na opinião de  Marinho Marte é preciso fazer uma apuração rigorosa. “O que vimos nas páginas dos jornais e também nas redes sociais foi uma verdadeira matança que causou indignação na sociedade sorocabana. A alegação de que os animais estavam doentes, com cinomose, não serve de desculpa”, afirma.

Para ele, o fato pode não ser um caso isolado, mas resultante de uma prática costumeira de maus-tratos de animais no setor de Zoonoses, como denunciam organizações não-governamentais. “É o que precisamos averiguar. Por isso, propus a criação desta CPI.”
Tranquilo/ Em entrevista por telefone, ao BOM DIA, o prefeito Vitor Lippi (PSDB) disse estar tranquilo. “Não temos nada a esconder”, diz.

Segundo ele,  talvez o momento político eleitoral tenha sido o motivo para abertura da CPI. “Se a Câmara precisa de informações, nós vamos dar. O secretário de Saúde, Ademir Watanabe, e  diretora da Área de Vigilância em Saúde, Consuelo Matiello, podem ir dar as explicações necessárias.”

O BOM DIA perguntou se o prefeito ficou surpreso que o documento de abertura da CPI contou com a assinatura de dois vereadores aliados a ele - Cláudio do Sorocaba 1 (PR) e Ditão Oleriano (PMN). “Se eles querem explicações vão ter. Nossa equipe fez o trabalho correto, sério e responsável.”

Polícia/ O prefeito Vitor Lippi revelou ao BOM DIA que registrou, na tarde desta sexta-feira (20), um boletim de ocorrência. “Estão ocorrendo muitas injúrias ao meu respeito pelas redes sociais e quero que a polícia apure de onde está vindo.”

Ele disse  que entregou um farto material à polícia. “São ofensas caluniosas e desrespeitosas à minha pessoa.”

Para o prefeito, estão querendo usar o momento para manchar sua imagem. “A gente faz um trabalho sério no setor.”

Ele lembra que o setor de Zoonoses faz sempre feiras de doações de filhotes. “Por que iríamos sacrificar animais se temos esse  programa?”
Lippi coloca ainda que são feitas de 200 a 300 castrações por mês na Zoonoses. “Além disso, já estamos preparando um ônibus que vai ser usado para castração dos animais. Será uma unidade móvel que vai até os bairros. Tudo feito de graça”, conclui.
Primeiro passo para a negociação

Comissão formada por protetores de animais transmitiu aos responsáveis da área da saúde e ao prefeito Vitor Lippi uma pauta de reivindicações
Vestidos de preto, ativistas de ONGs em defesa de animais, repudiaram as ações do CCZ (Centro de Controle da Zoonoses) em relação à eutanásia. Eles começaram o protesto às 12h30, em frente ao CCZ, que estava fechado.

Uma das participantes, a estudante de direito, Raquel Agasi, 21 anos, ponderou que é necessário ter um espaço público, na cidade, para tratamento de animais. “Se as pessoas deixam os cães na Zoonoses, muitas vezes é porque não tem condições financeiras de tratar”, diz.
Outro ponto levantado e até comentado com o uso de microfone, no caminhão de som, foi o de se praticar o sacrifício dos animais por causa da doença cinomose.

A tosadora Adriana Geniberti, 40 anos, levou seu cachorro Biju, de um ano e meio, à manifestação para provar que existe cura. Todos pediram explicações do prefeito Vitor Lippi.

O veterinário José Chiquito, da Zoonoses, subiu no caminhão de som para tentar responder, mas desceu sem conseguir esclarecer as dúvidas dos participantes.

Eles foram até a Prefeitura de Sorocaba, onde reivindicaram a presença do prefeito. Por volta das 15h, formou-se uma comissão e o secretário de Saúde, com a Diretora de Área da Vigilância e Saúde, Consuelo Matiello, receberam sete representantes. Depois, o prefeito também desceu de seu gabinete e foi ao salão de vidro e participar do debate.
Os pedidos
Os protetores de animais solicitaram maior atenção e cuidados com os cães e gatos, incluindo o tratamento da doença cinomose; reivindicaram uma política pública mais rigorosa para a castração e que para que não ocorra mais eutanásia.

Compromisso do poder público
Durante a conversa com os representantes dos manifestantes, o secretário de Saúde e a Diretoria de Área  garantiram que haverá um canal de comunicação com as ONG’s para que os animais doentes sejam encaminhados a essas entidades “pois, nesses casos, dificilmente encontraríamos pessoas dispostas a adotar um cão com cinomose”. O prefeito  destacou que um ônibus novo já está sendo adaptado para percorrer os bairros e realizar as castrações, será o Castramóvel.

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