Governo de SP não bate metas em segurança e bônus a policiais despenca



Dados recém-divulgados, relativos ao 2º trimestre do ano passado, mostram que todos os indicadores avaliados tiveram desempenho ‘insatisfatório’. Premiação distribuída somou R$ 1,3 milhão, ante R$ 112,8 milhões no 2º trimestre de 2015




Felipe Resk e Marco Antônio Carvalho, O Estado de S. Paulo
26 Julho 2017 | 03h00

Governo de SP não bate metas em segurança e bônus a policiais despenca
O programa de bônus paga até R$ 2 mil a cada policial Foto: Rafael Arbex / Estadão

SÃO PAULO - O governo paulista falhou no cumprimento das últimas metas que estabeleceu para reduzir o número de assassinatos e crimes contra o patrimônio no Estado. Divulgado em junho deste ano, o dado mais recente - relativo ao segundo trimestre de 2016 - mostra que todos indicadores avaliados no período tiveram desempenho “insatisfatório”. Como consequência, o bônus pago às polícias despencou. 
Esse foi o pior resultado desde 2014, quando a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) começou a pagar bônus aos policiais que conseguem diminuir a criminalidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), no segundo trimestre de 2016, 2,8 mil policiais militares e civis receberam a bonificação, que custou R$ 1,3 milhão no total. No mesmo período de 2015 - quando o pagamento foi recorde -, 75,5 mil agentes haviam sido premiados, a um custo total de R$ 112,8 milhões, em valores não corrigidos pela inflação. Especialistas dizem que é preciso revisar o programa para transmitir novo estímulo aos policiais que atuam nas ruas.
O programa de bônus paga até R$ 2 mil a cada policial. O sistema de metas analisa três indicadores estratégicos: Vítimas de Letalidade Violenta (VLV), Roubo e Furto de Veículos (RFV) e Roubos Outros (RO) - o último critério foi incluído em 2015. É o governo quem fixa as metas, que funcionam como um “teto” para os delitos no trimestre. Considerado o mais importante, o índice de letalidade violenta é a soma do total de vítimas de homicídios dolosos com o de latrocínios (roubo seguido de morte). Já o RO considera assaltos a pedestres, residências e comércios, sem incluir roubos a bancos ou de cargas.

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