Imposto não foi suspenso. E tem mais corte na magra carne da máquina

rombo
O Governo, sujeito a pressões que não mostram a cara, adiou o anúncio do aumento de impostos nos combustíveis, que ele próprio sabe ser inevitável e, pior, insuficiente para fechar as contas públicas com um “rombo” de “apenas” R$ 149 bilhões.
Adiou por algumas horas, porque será feito, não há jeito, com esta política. Segundo a Folha, para ser maior do que o previsto: “o cronograma acabou sendo atrasado porque a equipe técnica teve que refazer cálculos, para incorporar alíquota superior ao que previam inicialmente.”, diz o jornal.
Conversa: era preciso resolver, além do rombo da arrecadação insuficiente, o saco de bondades que Temer abriu para atrair deputados: R$ 5,4 bilhões em emendas parlamentares.
E, para justificá-lo, lança mão de um neologismo: um “corte temporário” de R$ 5 bilhões nos gastos e investimentos públicos o que é, pra falar em português “batata” um contingenciamento, porque todo contingenciamento, se sobre dinheiro ao final do exercício, é anulado e os recursos restituídos aos programas de onde foram bloqueados.
Temporário, uma pinóia, porque para ser desbloqueado seria necessário que houvesse exatamente sobra de recursos, justamente aqueles cuja falta levou ao contingenciamento.
Estes R$ 5 bilhões de cortes vão se somar aos quase R$ 39 bilhões cortados há menos de dois meses , que já vinham fazendo a máquina pública parar.O nível de investimentos federais, nem é preciso falar, descerá a quase zero.
Tudo aponta para um déficit igual ou maior que o de 2016, aquele maquiado com os recursos da repatriação de capitais ilegalmente remetidos ao exterior; este, com expedientes iguais e recriação de impostos.
E isso é enquanto Temer tem de ser “bonzinho”, esperando a recusa da denúncia de Janot ser votada e, por isso, dizendo a Henrique Meirelles para “maneirar”.
Aguardem depois.

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