São Roque: a Entrada dos carros de lenha

São Roque – A entrada dos carros de lenha

//São Roque – A entrada dos carros de lenha

São Roque – A entrada dos carros de lenha

Durante Agosto, o município de São Roque, SP faz durante o mês inteiro sua festa. O primeiro, e mais emblemático evento é a Entrada dos carros de Lenha. Uma cerimônia repetida desde 1881, para lembrar a força de um povo determinado.
Lenha era um produto de alto consumo doméstico no Brasil do século XIX. A população de São Roque se mobilizou e cada família foi levar sua contribuição em lenha para levantar recursos para comprar e trazer uma imagem de seu padroeiro São Roque esculpida em Montepellier, França. Cidade de nascimento e de morte do santo.
Classificar a Entrada dos Carros de Lenha como festa religiosa é pouco. Melhor lembrar do exemplo de solidariedade e organização.
O padre José Carlos Cunha assumiu era pároco de São Roque Foi ele quem adquiriu a imagem, planejou e instigou a população a participar dessa vitória coletiva.
Esse padre transformou a entrega das oferendas, a lenha, num espetáculo, num evento de congraçamento social. Os carros de boi, meio de transporte da região, vinham da zona rural foram enfeitados e organizados para entrar na cidade em data e horário combinados. Foram esperados pelos habitantes do centro urbano com uma festa, música e comida em gratidão pela lenha trazida.
A invocação especial de São Roque diz respeito à cura ou proteção contra epidemias. Em função das condições de saúde do país, e facilitada pela chegada da ferrovia, as festas em louvor do santo começaram a receber fiéis procedentes de muitas outras cidades. A tradição de oferendas trazidas em lenha e a recepção dos visitantes com música e comida perduraram por muito tempo.
 
Hoje os carros de lenha são simbólicos. Os carros de boi dividem o cortejo com enormes caminhões e tratores.

Esse ano 2017, as Festas de Agosto, abre especial espaço para comemorar o Jubileu de N.S. Aparecida. No cortejo oficial os primeiros carros trazem alegorias contando a história da aparição da padroeira do Brasil no rio Paraíba do Sul.
São Roque fica a somente 70 Km de São Paulo. O nome do evento é Festas de Agosto. Você terá mais quatro finais de semana para visitar uma cidade super interessante que cultua tradições, que remete você a uma realidade rural. Que produz muito bom vinho. Que apresenta música e dança de raiz. Apareça.
É possível fazer uma leitura interessante dessa tradição. Lenha era um bem de valor. Os habitantes de São Roque eram camponeses relativamente pobres. Uma comunidade estava determinada a fazer o possível por seu objetivo e fez, e atingiu seu objetivo e vem repetindo o gesto por mais de um século. A lenha, as oferendas, a celebração, trás hoje harmonia, união dos habitantes e um bom exemplo prós mais jovens.
Levei hoje alguns amigos para ver a Entrada dos carros de Lenha. Explicando a história para os garotos que nos acompanhavam, ouvi de um deles: – Teria sido ótimo se invés de lenha esse ano esses tivessem captado gasolina e levado para Brasília. (Reflitam)  
Existe em São Roque um movimento de música de raiz muito importante, Orquestra de Viola Brasil Poeira. É ótimo assistir uma apresentação desse grupo
Biografia de São Roque.
Nasce em Montepellier na França filho de família com muitas posses. Ainda muito jovem, perde os pais. E começa a se desfazer de todos os bens e rendas a que tinha acesso direto e podia dispor, usando seu dinheiro em ações sociais.
Decide viver como mendigante e empenhar sua vida em socorro dos mais necessitados. Nessa condição segue para a Toscana que na época era assolada pela peste. Vivia em contato direto com as pessoas segregadas da sociedade por estarem contaminadas. Roque persegue a peste indo prestar socorro onde havia algum surto. Ganhou fama de milagroso por ação direta junto a doentes. Ganhou também fama de ser temido pela peste, visto que a partir da sua presença os lugares pareciam ficar saneados.
Após muitos anos de exposição direta acabou contraindo a doença. Dores terríveis na perna provocavam seus gritos. Resolveu se isolar numa mata. Encontrou algum alívio em suas dores banhando suas feridas nas águas de uma fonte encontrada na mata. Teria morrido solitário se um cão não o tivesse encontrado. Esse cão passou a roubar diariamente um pão e trazê-lo para Roque. O dono do animal vendo o cão fugir da casa carregando pão resolveu investigar e encontrou Roque.
Roque recuperou a saúde e resolveu voltar a Montepellier. Sua intenção era vender seu patrimônio e aplicar seus recursos no combate as doenças e a pobreza.
Narra a história que confundido comum espião (Montepellier estava em guerra) foi preso, tratado a pão e água e acabou morrendo na prisão. Sabendo que quem governava a cidade era seu tio e que também era ele quem ficou administrando o patrimônio de Roque, não é difícil suspeitar de uma tremenda armação.
A iconografia de São Roque mostra a ferida da perna e um cão que foi responsável pela sua sobrevivência.
O Amarelo ocre e o Marrom  terra,cores retratadas das cores do santo são usadas em todo mobiliário público do município.

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