Dez rodovias da região têm 1.225 acidentes neste ano



O ato de derramar, lançar ou arrastar a carga transportada no veículo pelas vias públicas é irregular

Giuliano Bonamim
      giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br


A região de Sorocaba teve 1.225 acidentes de trânsito em suas dez rodovias neste ano. Os números fazem parte da estatística da área de cobertura do 1º Batalhão de Polícia Rodoviária e foram computados entre 1º de janeiro e a última sexta-feira. Desse montante, 265 ocorrências envolveram caminhões, o que corresponde a 21,6% dos registros. A análise não integra as vias referentes à Polícia Rodoviária instaladas na rodovia Castello Branco.

A soma teve como base os acidentes nas rodovias Senador José Ermírio de Moraes (SP-75), Waldomiro Correia de Camargo (SP-79), João Leme dos Santos (SP-264), Vereador João Antônio Nunes (SP-268), Raposo Tavares (SP-270), Celso Charuri (SP-91/270), Doutor João Salerno (SP-92/270), Doutor Miguel Afonso de Castilho (SP-103/79), João Guimarães (SP-104/79) e entre Araçoiaba da Serra e Araçoiabinha (SP-112/270). Segundo o 1º tenente da Polícia Militar Rodoviária de Sorocaba, Helder André Bonás, a quantidade de ocorrências é proporcional ao mesmo período dos anos anteriores.

A maior parte dos acidentes é provocada por culpa dos motoristas. "Seja por imprudência ou por problemas de saúde", comenta Bonás. Outro ponto citado pelo policial rodoviário é a falta de obediência às leis de trânsito. O ato de derramar, lançar ou arrastar a carga transportada no veículo pelas vias públicas é irregular. A infração é considerada gravíssima, com perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e o motorista recebe multa de acordo com o tamanho do veículo e do volume do material transportado. Mas basta percorrer as ruas e estradas da região para a população se deparar com o descaso dos condutores.

A reportagem do jornal Cruzeiro do Sul registrou algumas irregularidades nas ruas e estradas da região. A lista inclui pessoas na carroceria de veículos, pilhas de caixas equilibradas em motocicletas e sacos plásticos amontoados e fora do limite do corpo do caminhão. Esse tipo de irregularidade por pouco tirou a vida do empresário Claudinei Maschietto, 41 anos, vítima de um acidente de trânsito há nove anos. Na ocasião, um caminhão que transportava um trator sem permissão tombou e a carga caiu sobre o automóvel de Maschietto. O empresário ficou 1h30 preso nas ferragens e sofreu fraturas na perna, antebraço, punho e no crânio. Permaneceu 13 dias em coma no hospital e 9 meses de cama. "Até hoje o processo segue na Justiça sem nenhuma solução e as irregularidades continuam nas ruas", comenta.

Os motoristas que realizam o trabalho de fretamento e carreto em Sorocaba garantem não cometer esses erros e ressaltam a preocupação com a segurança. O autônomo Edson Aparecido de Sousa possui uma camionete e garante seguir as leis de trânsito. "A carga é sempre amarrada e coberta para que não ocorra nenhum problema durante a viagem", diz. Sousa fica instalado em um ponto de carreto ao lado da ponte do Pinga-Pinga junto com o motorista Adeílton Gonçalves da Silva, proprietário de um caminhão baú. "Tudo precisa estar em ordem para não danificar o material transportado e não causar acidente", diz.

A Urbes, responsável pelo sistema de transporte de Sorocaba, foi procurada para passar números de infrações referentes ao transporte de carga no perímetro urbano. A informação não foi passada.

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