Arrastão na Giovanni Gronchi


Camila Haddad
Um grupo formado por 14 criminosos armados promoveu um arrastão a motoristas que passavam ontem, às 6h30, pela Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, zona sul.
Segundo três vítimas ouvidas pelo JT, apesar de o trânsito não estar lento naquele instante, os assaltantes se jogavam na frente dos carros e as obrigavam a parar e entregar bolsas e relógios. Na calçada, outra parte do bando ficava com sacos plásticos onde eram guardados os objetos roubados.
A Polícia Militar negou que a região tenha registrado essa modalidade de crime e disse ter a confirmação de um caso pontual: um assalto comunicado pelo telefone de emergência 190.
O ataque aos motoristas ocorreu entre os números 3.200 e 4.000 da via. Em uma das abordagens, o engenheiro José Carlos, de 51 anos, obedeceu as ordens dos ladrões e, mesmo assim, teve o vidro de seu carro, um Peugeot, quebrado. Na ação, entregou cheques, dois celulares, cartões de crédito e relógio. Ele contou que diminuiu a velocidade do veículo porque o grupo atravessou na frente do carro.
De acordo com o engenheiro, logo após o crime, o grupo danificou a janela do lado do passageiro, fez ele tirar o sapatos e correu em direção à Favela de Paraisópolis, perto dali. Ele registrou o roubo no 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi).
No mesmo horário, em outro carro, estava a família do autônomo Carlos Ferreira dos Santos, de 53 anos. Saiu de Taboão da Serra, Grande São Paulo, com as duas filhas, o genro e a mulher. Eles seguiam para o trabalho, nas imediações do Bairro do Paraíso, zona sul.
Todos os dias Santos segue um mesmo caminho, pela Avenida Francisco Mourato. Ontem, porém, optou pela Giovanni porque estava atrasado e lembrou que parte da avenida estava em obras.
Santos disse que não havia congestionamento. Segundo ele, os ladrões, que aparentavam ser menores de idade, estavam muito nervosos no meio da rua. Já os comparsas aparentavam mais tranquilidade e eram adultos. Eles só seguravam sacolas e iam escondendo as bolsas femininas e carteiras dos homens.
“Minhas filhas ficaram desesperadas, todas chorando muito”, contou. “Hoje (ontem) foi arrastão mesmo. Quem passou por lá virou vítima.” O autônomo descreveu que mais à frente outros três carros estavam sendo alvo da gangue (leia mais abaixo). Além dele, um outro motorista reclamou do crime, mas não registrou.
A capitão Raquel Candido, do 16º Batalhão, diz que a área necessita de atenção. “Temos a base no estádio, um trailer diariamente da PM e quatro motos das 6h às 23h.” Segundo a oficial, em 2010 houve casos em dias de jogos, mas em 2011 não há informações.  Ela confirmou que houve um roubo na altura do número 4.000 da Giovanni, “possivelmente” praticado por alguém da Paraisópolis

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