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Governo de São Paulo dará reajuste de 27,7% para policiais
até 2012
O reajuste para os policiais anunciado
hoje pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin(PSDB),
decepcionou policiais e delegados do Estado, que não descartam a possibilidade
de entrar em greve. Tanto o Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindpesp)
quanto a Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adpesp) alegam que a
correção anunciada - 15% retroativos a 1.º de julho e 11% em 2012 - está longe
de repor a inflação dos últimos anos e não tira São Paulo da condição de deter
um dos piores salários para a categoria do País. Os delegados se reúnem amanhã
em assembleia na sede da Adpesp, na capital paulista, para analisar o aumento
concedido por Alckmin e discutir se organizam uma greve.
De
acordo com o presidente do sindicato, George Melão, a classe está
"revoltada" com o valor anunciado. O sindicalista afirma que a
proposta, que será enviada à Assembleia Legislativa no fim deste mês para ser
votada no início de agosto, não repõe nem sequer a inflação que corroeu os
salários desde 1995, data do último reajuste com aumento real. A defasagem,
segundo ele, seria de cerca de 140%. "Tudo está caminhando para a
greve."
A
presidente da Adpesp, Marilda Aparecida Pinheiro, afirma que a proposta de
Alckmin é "insignificante". "Esse valor é apenas uma manobra do
governo para nos tirar da última colocação entre os salários de delegados de
todo o País, mas isso não vai resolver porque vamos continuar entre os três
piores", disse. "É decepcionante." De acordo com Marilda, a
insatisfação da categoria é tão grande que a cada 15 dias um delegado deixa a
profissão.
A
categoria reivindica equiparação dos vencimentos iniciais aos de um delegado da
Polícia Federal (PF), atualmente em R$ 13.368,68. Os delegados paulistas, de
acordo com a associação, ganham R$ 5.874 em início de carreira (inclui salário
base mais adicionais). "Concordo que dar esse aumento de uma vez só
estouraria os cofres públicos, mas é possível com uma boa programação",
afirmou Melão.
Outras
categorias também demonstram insatisfação quanto ao aumento proposto pelo
governo do Estado. De acordo com o coordenador da Representação Coletiva dos
Policiais Civis de São Paulo, Jarim Lopes Roseira, a greve é uma iniciativa que
deve ser evitada enquanto houver possibilidade de negociação, mas com a
"migalha" oferecida pelo governo uma paralisação será considerada.
"Foram várias reuniões com o comando geral da corporação e secretários
para no fim o governador não oferecer algo razoável", reclamou.
Segundo
Roseira, 15% de aumento deixaria a categoria satisfeita se fosse repetido
anualmente até 2014. O coordenador reivindica ao menos equiparação com os
salários dos agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, que gira em torno de
R$ 3.500. Segundo Roseira, os agentes paulistas ganham R$ 2.451,40.
PMs
O
aumento foi melhor recebido entre os policiais militares. De acordo com o
presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado
(ACSPMESP), Wilson Morais, o valor era o esperado desde que Alckmin, então em
campanha para o governo paulista, em julho do ano passado, visitou a associação
e conversou com os policiais a respeito de reajustes.
Apesar
de, segundo ele, a defasagem dos vencimentos nos últimos dez anos ser da ordem
de 40%, o anúncio mostra que o governo "começa a fazer justiça com a
categoria". De acordo com ele, um soldado da Polícia Militar (PM) em
início de carreira ganha hoje aproximadamente R$ 1.800.
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