Facção cria 'franquia' para vender drogas no Estado


Folha de S.Paulo
A facção criminosa PCC montou um "esquema empresarial" de venda de drogas no Estado de São Paulo que inclui o cadastro dos pontos de venda e registros em livros-caixa.
O sistema, que tem até o pagamento de "franquias" para o traficante manter os pontos de vendas, foi descoberto pela Polícia Civil de São Sebastião (191 km de SP) por meio de escutas telefônicas, no inquérito que desmontou quadrilhas no litoral norte paulista.
As escutas captaram conversas em que traficantes tratam os pontos de "lojinha" e "biqueira" e citam como funciona o cadastro.
O inquérito desmontou uma refinaria de cocaína em Ubatuba (226 km de SP).
Segundo a polícia, o ponto de venda é "registrado" no nome de uma pessoa ou família, que paga "franquia" de R$ 300 a R$ 500 por mês para a facção.
Com o registro da facção, o traficante pode depois terceirizar o ponto de venda para outra pessoa ou vendê-lo, mas sempre após autorização do crime organizado.
Existe ainda o compromisso de que as "bocas" só podem comprar drogas dos esquemas do PCC, que tem hoje forte atuação no Paraguai, diz a Polícia Federal.
Em contrapartida, o "franqueado" tem a garantia de segurança e de que ninguém tomará o ponto, como ocorre em favelas do Rio. Se o dono da "boca" é preso, alguém indicado por ele assume o negócio.
O inquérito conclui que a rede funciona ao estilo das máfias.

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